Quando faço essa pergunta em público, sempre me espanto com aqueles que não levantam a mão. Na certa, não se acham criativos, de verdade. E assim seguem a vida, reféns de sua crença e atitude.
Escrevi recentemente um texto sobre a maior epidemia do planeta, o “mal da criatura”. Se quiser ler ou reler, clique nesse título: “Quer ser vítima ou antídoto da epidemia?”. Quero, agora, acrescentar ao tema – do qual também trato no livro “O Velho e o Menino” como “o desígnio do criador e da criatura” –a importância de uma palavra poderosa: responsabilidade.
Quem sofre do “mal da criatura” não assume a responsabilidade por sua vida, ao contrário, a delega a algo ou a outros. O destino é um desses algos muito comuns a receber a estéril incumbência. E quem aposta no destino para resolver os problemas do cotidiano, jamais vai conseguir respostas criativas para lidar com dilemas e desafios. Na verdade, despreza e descarta seu potencial criativo.
O “mal da criatura” afeta de tal maneira essa pessoa, que ela acredita no processo criativo como algo que acontece de fora para dentro, não de dentro para fora, como de fato é. Em suma, aqueles que não levantam a mão diante da pergunta sofrem do “mal da criatura”, portanto estão certos. Ou seja: pessoas que sofrem do “mal da criatura” são menos criativas!
Por outro lado, quem coloca o desígnio no lugar do destino e, com isso, assume a responsabilidade sobre a sua vida, logo nota que a criatividade é um potencial natural e latente em todos aqueles que se assumem como criadores.
Assim, considere que não ser criativo é uma distorção da natureza. O ser humano é naturalmente criativo. Essa é uma condição que o distingue das outras espécies que habitam o planeta. Nossa vocação, como seres humanos, é a de sermos criadores, não criaturas. Quem sofre desse mal, deve se curar o quanto antes! Para que possa viver plenamente e, diante da pergunta instigante, levante a mão com convicção e sem a menor dúvida.