A pandemia virou o mundo, os negócios e as empresas de cabeça para baixo. Planos financeiros e orçamentários foram descartados. Quando elaborados, o cenário era outro, mas a intenção estava – acredito – nos melhores resultados. Sonhos de expansão caíram por terra.
E agora, dadas as circunstâncias, qual deve ser o lucro da empresa? Eis uma pergunta pertinente. Alguém, no entanto, deve estar pensando: “Lucro? Darei graças a Deus se sair vivo dessa! O ponto de equilíbrio já é um bom resultado”.
Como bem sabemos, o ponto de equilíbrio é quando as receitas cobrem as despesas apenas e o lucro é igual a zero. Se nos prendermos só aos números, o perigo é esse: retornar à desgastada mentalidade de sobrevivência da velha economia.
Alguma razão para não pensar em lucro nesse momento difícil?
Experimente substituir tal pergunta por essa: considerando as circunstâncias, mas sem perder o propósito de vista, qual deve ser o lucro?
A mudança da pergunta altera a qualidade de resposta. Em momentos difíceis e ameaçadores, é fácil perder o propósito de vista e concentrar as atenções nos mecanismos de sobrevivência, que, bem sabemos, resvalam para os números e as métricas. Mais uma vez, surge a ultrapassada e insana tentativa de definir o placar primeiro para depois preparar o time e o esquema tático. Nunca deu certo e nunca dará.
O propósito – refiro-me a um propósito de verdade – está relacionado à criação de valor e à geração de riquezas.
Em última instância, quem define o valor é o cliente. O resultado – e o lucro é uma forma de expressá-lo – deve ficar onde é, mesmo, o seu lugar: no final.
O que influencia e motiva as ações geradoras de resultados – o propósito é capaz disso – é muito mais importante do que o resultado final. Sim, porque abre caminho para que se chegue a ele. Claro, de maneira positiva.
Agora, sim, a pergunta oportuna: como criar valor dadas as circunstâncias?
A sua empresa cria valor para os clientes quando eles estão dispostos a pagar a conta integral, que inclui todos os recursos investidos para atendê-los. Um deles é justamente o lucro. Considere-o como um indicador de que o cliente valoriza o que a sua empresa faz.
É importante que você reconheça o lucro como algo que o cliente nos entrega quando suas expectativas são atendidas. A depender de seu grau de satisfação, portanto, entregará mais ou menos. O importante é admitir que existe – e assim continuará, mesmo diante da pandemia – uma região de lucro disponível em cada cliente.
Finalmente: existe alguma razão para deixar de atender, satisfazer e surpreender o cliente, nas atuais circunstâncias? Nenhuma. E é por aí que os negócios e as empresas seguirão sendo revitalizados.
Entenda de uma vez por todas: só ultrapassaremos com êxito a atual conjuntura ao criar valor, gerar riquezas e, em razão disso, obter lucros. São viáveis, sim. Diante de qualquer conjuntura. Pratique e comprove.