Utopia é algo que não existe, mas que deveríamos fazer existir. Essa é a definição de utopia de que mais gosto. No entanto, parece insano perseguir algo que não existe. Qual é a graça? Por que buscar o que jamais poderemos alcançar?
A utopia fascina, eis a questão. E talvez o seu fascínio esteja justamente nesse inalcançável. E a alegria está mais na busca do que no encontro, eis outra e fundamental questão. E se existe alegria na busca, ao menos como tentativa, por que não concretizar a utopia?
Em contraponto, fazemos – por obrigação ou responsabilidade – muitas coisas alcançáveis que não nos trazem nenhuma alegria. No máximo, geram algum alívio. As metas estão nessa categoria. Tangíveis, mensuráveis, averiguáveis, mas dificilmente são cumpridas, assim como as promessas. E, mesmo sabendo que não despertam grandes emoções, pessoas e empresas insistem em fazer uso delas, acreditando em sua eficiência. E, se geram alívio quando atingidas, talvez seja porque de antemão se saiba que, em seguida, virão outras metas, elevando-se apenas o patamar.
Propósitos são diferentes de metas. Nem sempre são tangíveis, mensuráveis e averiguáveis. Mas algo neles tem o poder de acender a chama de quem os elege. Quando se transformam em uma causa, são capazes de sacudir mentes e aquecer corações. De onde vem a sua força?
Quem busca um propósito não faz promessas, mas também não mede esforços. Quem busca um propósito faz voto de compromisso, o que inclui fé e determinação.
Um propósito é o que mais se aproxima de uma utopia. E, pela mesma razão da utopia, também produz fascínio. É nesse fascínio que reside o seu poder. O poder de produzir uma energia propulsora de vida capaz de deixar qualquer meta quantitativa morrendo de inveja.
A velha economia, gerida por metas, chegou à exaustão. As pessoas querem um propósito que as mantenha vivas. O propósito é o fio da meada para ingressar na Nova Economia.
Bem-vindos todos os que ingressam na era da utopia!