Tratamos do tema vida e trabalho com mais significado no lançamento, a 3 de abril, do conceito de Economia ao Natural, do instituto que leva o mesmo nome e do livro Pedaços de Brasil que dão certo.
Durante uma tarde inteira estendida até a noite, refletimos coletivamente – mais de mil pessoas presentes – sobre o que é relevante para todos os seres humanos que desejam dar sentido à sua existência. O trabalho está inserido na vida e ambos são indissociáveis, de tal forma que o contentamento na esfera do trabalho estende-se à vida e vice-versa.
Assim como necessitamos de alimentos, exercícios e repouso na esfera biológica e de afeto e cuidados na esfera emocional, o significado é o que nutre a esfera espiritual. Como somos seres integrais, é importante que todas as esferas estejam alinhadas para que haja o sentimento recompensador de bem-viver.
Antes precisamos fazer uma distinção entre o bem-estar e o bem-viver. A economia normal como a conhecemos, por meio da economia das coisas, atuou fortemente na busca do bem-estar. E foi muito bem-sucedida. Basta olhar para os lados e constatar como vivemos melhor do que nossos ancestrais, há séculos. Conquistamos um patamar de conforto como nunca dantes, embora ainda fiquemos constrangidos porque ainda existem milhões de seres humanos que não alcançaram nem o mínimo de bem-estar, pois lhes falta até água potável e saneamento básico. Resquícios da velha economia a ser resolvidos.
A economia ao natural surge como esperança de uma nova economia. E a sua promessa, mais que o bem-estar – do qual não se deve abrir mão –, busca o bem-viver.
Para tanto, coloca a economia das gentes – relações, confiança, pertencimento –além da economia das coisas; e a economia de dentro – propósito, valores e significado -, além da economia de fora – crescimento, inflação, recessão etc.
Se o capital relacional é o impulsionador da economia das gentes e o capital espiritual é o que alimenta a economia de dentro, temos aqui uma boa notícia: tais capitais não dependem dos outros, sejam governantes, patrões ou professores. Resultam do investimento que cada um fará consigo no aprendizado desses capitais.
Bem-sucedidas serão as organizações – empresas públicas e privadas, escolas e instituições – cujos líderes compreenderem que a próxima revolução não é mais a industrial ou a informacional que tão bem serviram ao bem-estar, mas a revolução da vida, que tão bem servirá ao bem-viver.
Ob Portus! O nome do vento condutor das embarcações romanas para os portos promissores está dando o seu ar da graça. Aproveite!