As informações são alarmantes. “Internação juvenil por ansiedade e estresse cresce 136% em 10 anos” (Estadão 16/08/2024). De acordo com a matéria, “os dados são preocupantes porque essas hospitalizações só ocorrem, em última hipótese, quando o quadro é grave a ponto de incluir sintomas como psicoses e tendências a machucar outras pessoas ou a si mesmo, além de ideação suicida”.
Ainda na matéria, uma das razões para o problema é o uso excessivo das redes sociais. No livro recém-lançado “Geração Ansiosa”, o autor Jonathan Haidt corrobora a mesma tese. Seus estudos mostram que transtornos mentais severos tiveram um aumento acentuado a partir da década de 2010 e imputa às redes sociais, incluindo o uso de vídeo games, um dos motivos que provocam o isolamento e a ausência de amizades, fora as da internet. Afinal, nada se torna mais excitante do que os estímulos das redes, fazendo com que a vida real pareça apática, feita de tristeza, vazio e depressão.
Prevíamos isso quando, em 2015, colocamos no ar o SouPaideia voltado para jovens de 14 a 21 anos, hoje ministrado com maior abrangência pelo Instituto Economia ao Natural. Ansiedade tem a ver com medo e o programa tem a pretensão de colocar o desejo no lugar do medo e preencher o vazio da existência com a descoberta de um propósito.
De lá pra cá, mais de centenas de integrantes fizeram o SouPaideia, alguns apoiados pela bolsa solidária, em que um jovem com condições financeiras oferece a outro jovem carente de recursos a possibilidade de participar. A estratégia, aparentemente voltada apenas à questão financeira, no fundo tem também o objetivo de que ambos conheçam a realidade uns dos outros. É algo que favorece a descoberta do propósito.
Inspirado no programa, em 2017, lancei o livro “O Velho e o Menino – a instigante descoberta do propósito”, que se transformou em best-seller. Tanto a obra como o SouPaideia têm o mesmo objetivo. Algo precisa ser feito, antes que os problemas patológicos invadam indevidamente a vida dos jovens.
Ainda neste ano, colocamos no ar o “Código de Nobreza”, uma metodologia de autoconhecimento que permite aos jovens aproximarem-se mais de sua essência, sem se deixar levar pela aparência, uma das principais razões que abalam essas vidas, quando se comparam uns aos outros e perdem de vista a verdadeira identidade. “Muitas pessoas – em especial adolescentes – se preocupam com a ameaça da ‘morte social’ mais do que com a morte física” – diz Haidt em seu livro.
Tudo isso é ainda pouco dada a gravidade dos fatos e dados ao nosso redor. Todos somos responsáveis pelas próximas gerações. Algo tem de ser feito por nós. Urgentemente!