Uma questão de escolha.

Dizem que há dois tipos de empreendimentos: os motivados por necessidades e os motivados por oportunidades. Os perfis apresentados a seguir decifram a natureza básica de muitos negócios, bem como as possibilidades de sucesso e as probabilidades de fracasso.

Existe um tipo de empreendedor que podemos chamar, sem exagero, de guerreiro. Seu principal propósito é ganhar a batalha e, para isso, não mede esforços. Sua empresa é constituída por ausência de tempo, relacionamentos evasivos, conflitos e crises diárias.

O segundo tipo de empreendedor é o jogador. Como bom apostador, o jogador gosta do duelo e do certame. Para ele, o importante é vencer. Para o jogador, escrúpulo é uma palavra que não combina com negócios.

Ambos os perfis, do guerreiro e do jogador, têm uma importante semelhança: enxergam o mercado como um lugar precário e escasso. Acreditam que nos negócios, para alguém ganhar, alguém tem de perder.

O terceiro perfil é o do curioso. O curioso vê o mercado como um local onde existe muito ainda para ser feito. Com isso, não pensa em disputa, pensa em descoberta. O mercado possui os seus próprios códigos. O seu papel, como empreendedor, é decifrá-los.

O perito é o quarto perfil. Reconhece possuir competências úteis para o mercado. Embora reconheça suas competências, sabe que elas pouco valem se não resolverem algum tipo de problema. Por isso, compreende o mercado como um lugar que abriga necessidades; é seu papel fazer a conexão entre elas e as suas próprias competências.

O quinto perfil é o artista. Para o artista, trabalho é uma forma de expressar a arte e, portanto, uma forma também de autoexpressão. O mercado funciona como fonte de inspiração, mas é na imaginação que está a grande seara de oportunidades. Um empreendimento é um sonho tornado realidade. Portanto, por si só, uma obra-prima.

As crenças determinam a natureza dos empreendimentos. Negócios empreendidos por guerreiros e jogadores sofrem com problemas de escassez, baixo nível de compromisso, motivação e desempenho.

Curiosos, peritos e artistas constroem empreendimentos onde existem comprometimento com os propósitos, confiança nas relações e excelência nos relacionamentos.

Para o sexto perfil, o solidário, o mercado é o local ideal para prestar ajuda e para o serviço da solidariedade. Não se trata de filantropia ou de empreender negócios do terceiro setor. Trata-se de ganhar dinheiro enquanto se faz o bem. O empreendedor solidário é aquele que coloca a ética e a integridade acima de tudo. Reconhece a importância do lucro, mas sabe qual é o seu lugar na escala de valores. O solidário quer uma equipe comprometida com os valores essenciais do trabalho e da vida. E com uma relação de transparência e fidelidade com clientes, fornecedores e investidores.

O sétimo perfil é o do cultivador, aquele que compreende que faz parte de uma obra maior. O cultivador acredita estar no mundo para fazer alguma diferença e deixar suas pegadas por onde anda. Para ele, um empreendimento é uma aventura audaciosa e preciosa, feita para somar à humanidade, ou não é nada. O lucro jamais aparece antes das questões humanitárias. Para o cultivador, empreendimentos, negócios e trabalho foram feitos para unir os seres humanos em prol de um mundo melhor.

São sete perfis e sete fontes de energia. Cada tipo de mercado determina a maneira como uma empresa é moldada. O tamanho da crise, obstáculos e problemas têm relação direta com o mercado escolhido para atuar. Portanto, é uma questão de escolha!

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