No livro Metanoia – Os Passos eu discorro sobre a existência de sete mercados. É, no mínimo, libertador saber que não precisaremos viver o mesmo uma vida inteira, principalmente quando ele se parece com uma arena de guerra. Podemos evoluir para outros, mais éticos, humanos e prósperos. E esse deveria ser o principal propósito de toda empresa.
Gosto quando ouço, de quem lê a obra pela segunda vez, a descoberta de ter-se deparado com algo bem diferente do que percebera na primeira. “Você fez alterações no livro?” é uma pergunta que me fazem com frequência. E respondo sempre: nadinha de nada. E o que me alegra é constatar que algo mudou, mas não o livro. Foi o olhar do leitor. Revela a existência de uma consciência mais expandida, o próprio conceito de metanoia.
Dentre os sete mercados, quero realçar os extremos: na ponta de cá, a arena de guerra, na ponta de lá, o jardim supremo. As denominações, na forma de metáforas, são autoexplicativas. Não é difícil reconhecer o mercado como uma arena de guerra, pois muitos o enxergam assim, agindo de acordo com sua concepção. Um pouco mais difícil, principalmente para quem não entrou em contato sequer com o conceito, é reconhecer o mercado como se fosse um jardim. Mas aí é que está a magia. Considerando a ponta de lá como a mais elevada, uma vez visível torna possível descortinar as demais, agora enxergadas sob novo e mais abrangente ângulo.
Sim, todos os nossos problemas e dificuldades estão no que não vemos, por isso somos incapazes de resolvê-los.
Viver em um jardim é evoluir com ele, da mesma forma que as árvores e as folhagens, as flores e os frutos. É um retorno ao natural, ao que foi perdido em meio a tantas fugas, as quais, agora, nos cabe transformar em buscas.
Encontrar o natural em seu próprio ser, ajuda você a reencontrar o natural também fora de si. Em nada se parece com uma arena de guerra. Nosso planeta é a Terra e tudo começa por um jardim. Supremo, pela própria origem!