Quem já se sentiu inferior, com receio de encarar outras pessoas? Quem já se sentiu menor, diante de um poder que parece intransponível? Quem já se sentiu subtraído frente a pessoas que parecem ser maiorais? Quem já se submeteu por medo? Quem já concordou discordando ou discordou concordando? Quem já foi barrado no “baile”? Afinal: quem já se deparou com a pergunta “quem você pensa que é?”
Se não passou por nenhuma das afrontas, peço que faça ao menos um exercício de empatia imaginando-se um ser excluído, rejeitado ou desacatado como muitos que já passaram por essas e outras.
Quem você pensa que é?
A pergunta é emblemática e tende a colocar o indivíduo no seu devido lugar, ao olhar de quem ocupa uma posição privilegiada na hierarquia e que, inadvertidamente, faz uso indevido do seu poder.
Bater de frente com o status quo pode ser uma luta inglória que nem sempre vale a pena. Existe, no entanto, algo que pode e deve ser feito: resgatar a nobreza que habita todo ser humano.
“Quem você pensa que é” não é a pergunta certa e o melhor é evitar cair na armadilha de respondê-la. Sugiro substituí-la por outra. Antes, porém, considere duas esferas da existência: a do ser e a do parecer.
Muitas vezes nos distanciamos do ser ao investir no parecer. É na esfera do parecer que a pergunta “quem você pensa que é” pretende buscar uma resposta. No entanto, é no ser, na essência, que reside a verdadeira nobreza, aquela que ninguém é capaz de ultrajar. As pessoas são nobres, só que elas não sabem. Enquanto não descobrem tal verdade, vivem humilhações e padecimentos.
Tudo começa com o resgate da honradez ao responder a pergunta certa: “quem é você?”
Repare que não se trata de uma indagação que vem de fora, mas de dentro. A resposta não interessa a mais ninguém, exceto à própria pessoa e à sua consciência. E ao respondê-la com veemência, vai se deparar com valores transcendentes a qualquer poder terreno e transitório.
“Quem é você” é a primeira parte da lição de casa para nunca mais ser vítima da malfadada pergunta: “quem você pensa que é”. A segunda parte está em definir os gestos de elegância que respondem à outra virtuosa pergunta: “quando é você?”.
Com honradez e elegância não existe poder externo que possa suplantar o vigor dos valores virtuosos.
O Código de Nobreza realça a fortaleza da verdadeira superioridade. Concentre-se nele, naturalmente.
Fantástico, Roberto!
Sensacional! Quem você pensa que é? deixa de fazer sentido quando Quem é você? já foi respondido.