Quem é você?

Todos nós temos um nome, repetido à exaustão em documentos e numa infinidade de fichas cadastrais que somos obrigados a preencher. Esses papéis, no entanto, só revelam uma primeira camada visível. Muito pouco, quase nada.  Tênue, levíssima superfície, que muitas vezes nem a gente procura desvendar melhor.

Invada outras camadas, em busca de uma resposta mais profunda: quem é você? Não o que faz, sua profissão, o papel que representa na família e na sociedade, mas a sua essência. Normalmente, não sobra espaço para uma reflexão bem particular, mas imprescindível a nosso respeito. Não por acaso, muita gente se engana e faz uma falsa imagem de si.

Veja como a coisa funciona: quando não praticamos aquilo em que acreditamos, vivemos um tipo de traição, criando um mundo imaginário que justifique a infidelidade. Distorcemos nossa visão da realidade. Não somos capazes de enxergar as coisas como elas são. Vemos os outros através de uma lente embaçada e não confiamos em quem vemos e no que vemos. Aumentamos os defeitos dos outros (preconceitos) ao mesmo tempo em que realçamos nossas virtudes (afinal, o ego precisa de suas defesas).

Nossa autoimagem também não corresponde à realidade. Não somos mais uma única pessoa, mais duas. Aquela que somos capazes de ver, diferente daquela que os outros vêem. A vida vira o diabo, aquele que se divide em dois, meio homem, meio cabra.

Com o tempo, a nossa falsa auto-imagem pode ser a nossa verdade. E assim nos aprisionamos e vivemos reféns de uma falsa realidade que nós mesmos criamos. Impressionante, mas corriqueiro, paradoxo. É diante dessa falsa realidade que planejamos e vivemos a vida.

Há, porém, outra maneira de viver. Acredite. Acontece quando nos vemos exatamente do jeito que somos e gostamos do que vemos. Essa vivência gera paz interior, que se reflete em todas as nossas atitudes. Mas isso só é possível quando alinhamos nossos comportamentos aos nossos pensamentos e sentimentos. É o que se chama integridade.

Agora, responda bem depressa: quem é você? Anote a primeira palavra que lhe vier à cabeça. E pare para pensar no que ela representa.

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