Qual é a âncora da sua empresa?

Política em polvorosa, rebuliço na economia, dólar e preços descontrolados! Bons motivos para sentir aquele friozinho na barriga.

Muito bem, marinheiro, não dá para deixar de navegar. A viagem continua a despeito dos maremotos e fenômenos sísmicos. O que fazer diante dessas turbulências? Aí está a importância de uma âncora. O velho Aurélio reconhece âncora como proteção, amparo, arrimo e abrigo, além de outras definições. Isso posto, qual é a âncora da sua empresa?

Existem vários tipos de âncoras, algumas de boa e outras de má qualidade. Se você ancorou a sua empresa, nesse tempo todo, em ativos imobilizados, estoques, reservas de caixa e controles orçamentários rígidos, é possível que você tenha arrumado apenas “malas” para carregar. Eles serão pouco úteis diante de um quadro de recessão ou de inflação. E, mesmo que o quadro econômico seja de desenvolvimento, ainda assim haverá pouca garantia de que todos esses ativos estejam voltados às necessidades do mercado e às melhores oportunidades.

O retorno não se dá pelos ativos físicos, ainda que os financistas continuem colocando-os como denominadores nas equações que medem rentabilidade. Existe um outro tipo de ativo, chamado de conhecimento e que atende também pelo nome de capital intelectual. Está aí uma âncora de boa qualidade.

Se o seu maior investimento, nesses anos todos, esteve voltado para o desenvolvimento da sua liderança, você está em bom caminho. Criatividade lembra ativos humanos e a forma de obtê-la é através do aprendizado do trabalho em equipe.

Liderança e trabalho em equipe são, portanto, âncoras fundamentais para enfrentar turbulências. Mas o desafio não é simples. Implica conhecer como as pessoas funcionam, as suas motivações, os seus interesses, os seus sonhos e propósitos. É claro que varia de pessoa para pessoa, mas algumas coisas são comuns: um trabalho com significado; ter autonomia; e viver seus valores.

Em primeiro lugar, é preciso que o líder acredite nisso. Parece fácil, à primeira vista, mas grande parte dos ambientes de trabalho é desmotivadora porque seus líderes não acreditam nisso. Se a crença corresponder aos itens acima, então não será difícil colocar as pessoas antes das coisas e o líder substituirá, sem sentimentos de culpa, o batucado diário do teclado do computador pela conversa energizadora e esclarecedora.

Conversar! Está aí um dos principais recursos de liderança. É função do líder conversar com a sua equipe sobre o futuro e as tendências.

Também é função do líder conversar com a sua equipe sobre o foco da empresa, os clientes e suas necessidades, a filosofia do negócio, os diferenciais e as competências. Com isso, criará uma educação para o negócio, expandirá a visão de cada um a partir do todo e fará com que compreendam o significado de suas tarefas e atribuições.

O líder também zela pela qualidade da comunicação e dos relacionamentos, administra os conflitos e incentiva a prática dos valores. Com isso, faz com que cada membro da equipe compreenda mais o outro e a si próprio.

O líder também trata dos objetivos e metas, dos processos de trabalho, dos projetos e dos indicadores de desempenho.

Esse tipo de conversa é próprio de uma liderança educadora, formadora de equipes e de líderes capazes de assumir riscos e enfrentar desafios. É claro que todo esse aprendizado não cria imunidade às crises. Ao contrário, diante desses conhecimentos, as crises são bem-vindas. Se por um lado trazem destemperos, por outro lado evocam oportunidades.

Que as tempestades sejam bem-vindas! Aliás, âncora também é, segundo o mestre Aurélio, um símbolo da esperança.

Se inscrever
Notificar de
guest
2 Comentários
Mais velho
O mais novo Mais votado
Inline Feedbacks
View all comments
Ederlei F. Rodrigues
Ederlei F. Rodrigues
10 anos atrás

Ativos humanos, âncora para uma parceria de sucesso.
Afinal gente respeitando gente.

Lizandra
Lizandra
5 anos atrás

Todo líder deveria ler esse texto ♥️

Quem leu esse artigo também leu esses:


Vamos conversar?