Para o medo, não é necessário treinamento algum. Ele está sempre à espreita, patrocinado pelos noticiários, filmes e programas sensacionalistas de TV. Está nas conversas, principalmente em tempos de crise, é compartilhado fartamente e se torna coletivo, como uma epidemia. Matreiro, vai gorando um sonho aqui, minando um desejo acolá e acaba por boicotar tudo aquilo que pode promover a vida.
O contrário do medo é o amor. Só que não conta com nenhum patrocínio. Embora seja natural, chega a parecer estranho, utópico, fora de contexto, efêmero – algo vivido apenas por românticos desocupados. É sufocado pelo medo, que, assim, em total evidência ganha foros de naturalidade, embora não passe de mera ilusão.
Quando promovemos a experiência da Aventurança, em um dos nossos encontros de final de ano com a Comunidade Metanoica, queríamos tocar nesse ponto: o medo está posto, dispensa aprendizado; o amor, tão natural como a própria vida, paradoxalmente requer treinamento. Aventurança é isso: uma experiência de aprendizado que espanta o medo e faz aflorar o amor. Quando acontece, descobrimos que o amor não precisa ser procurado. O amor é o que somos. Óbvio e, ao mesmo tempo, intrigante.
Por que o tema do amor no posfácio de uma obra que retrata a trajetória de empreendedores e seus negócios?
Por duas razões. A primeira é que, para muita gente, amor não combina com negócios. Daí, a existência de ambientes rudes, relacionamentos deteriorados, clientes maltratados, concorrência predatória. Tudo isso é ausência de amor. E começou quando o empreendedor pensou a empresa apenas como uma forma de ganhar dinheiro, não de contribuir com o mundo. Quando tomou tal decisão, cometeu uma troca infeliz: colocou o medo no lugar onde o amor deveria estar. E, hoje, vive o martírio de lutar pela sobrevivência, única forma de continuar financiando a sua intenção inicial.
Um dia ainda hão de descobrir que negócios e amor constituem uma dupla infalível! E essa é a segunda razão para o tema deste posfácio: a Comunidade ABC de Todos é, por si mesma, uma lição no mesmo sentido. Surgiu como um ato de amor. Foi com tal anseio que líderes apaixonados e suas obras maravilhosas juntaram-se para ir além dos seus feitos isolados e construir coletivamente. Arregaçaram as mangas e, junto de suas equipes, treinaram o amor fazendo o bem. E sob a regência atrevida de Nilson Sako, hoje embaixador da nossa Comunidade.
É claro que esses líderes e suas equipes não foram notícia na mídia, embora merecessem um daqueles filmes que, quando terminam, a gente sente orgulho de nossa espécie. Mas rendeu um livro maravilhoso, uma lição de como o amor pode fazer bem aos negócios, às empresas, aos líderes e colaboradores, no tom e no toque que só a Regina sabe dar. E é só o começo da história.
Assim, o posfácio se transforma em prefácio: a história continua, porque o amor nunca acaba.
Roberto, tenho acompanhado seu blog e postagens no face e…me encantado! Comungo das mesmas crenças e valores que você incansavelmente defende. Sementes que me fortaleceram e inspiraram durante o período que trabalhei na CEMPRE/TCA. Que legado maravilhoso você construiu, aduba e deixará aos que virão. Sou grata por você fazer parte da inspiração de criação da e2d. Que Deus e o Universo te inspirem e iluminem sempre. Um afetuoso abraço, Marcia