Mercados são negócios; negócios são conversas; conversas são pessoas; pessoas são relacionamentos – assim está no livro Capital Relacional. Do que mais precisamos, portanto, é de bons relacionamentos. E no que somos piores? Adivinhe! Nos relacionamentos!
Afinal, o que é uma pessoa?
De bate-pronto, podemos responder que uma pessoa é um ponto de vista. Calma! Não pretendo reduzi-la apenas a um ponto de vista – uma pessoa é mais que isso, sabemos -, mas releve para que possamos prosseguir no raciocínio.
São oito bilhões de pessoas no Planeta Terra, cada uma delas com o seu ponto de vista. O que fazer diante de tamanha diversidade de olhares?
É aí que entra uma palavra já conhecida, mas pouco compreendida e praticada: empatia.
Se quisermos entender bem uma pessoa, teremos de nos esforçar para saber para o que ela está olhando, como está percebendo determinada situação ou vivenciando certo momento. Devemos tentar compreender qual é a sua interpretação da realidade. Tal exercício recebe o nome de empatia. É o esforço de sair, nem se for um pouquinho, do próprio ponto de vista e experimentar o ponto de vista de outra pessoa.
É mais, portanto, do que conversar sobre o tempo e os esportes, mas a respeito de temas importantes como as prioridades da vida, as ideias, a esperança e os sonhos.
No tocante aos relacionamentos, não pense que resvalamos apenas com pessoas mais distantes. Negligenciamos principalmente os mais próximos. E daí, o que fazer?
Treinar a empatia, com o mesmo ardor com que nos dedicamos ao aprendizado de uma outra língua, por exemplo.
A primeira boa notícia é que todos nós portamos um cérebro empático. A nossa natureza empática é tão forte quanto os nossos impulsos egoístas. Esse talento oculto pode ser treinado colocando-nos no lugar da outra pessoa. Podemos desenvolver nosso potencial empático ao longo da vida, pois é bom saber que a nossa cota não é fixa.
A empatia não apenas nos torna bons, mas nos faz bem. Ajuda a curar relações desfeitas quando compreendemos as reais intenções da outra pessoa, a sermos mais criativos quando experimentamos outros pontos de vista, a encontrar sentido e significado quando nos conectamos com os outros.
Empatia não é uma técnica a dominar. É mais uma filosofia de vida, um modo de viver. Começa olhando nos olhos do outro, chamando-o pelo nome, reconhecendo sua individualidade. É praticar uma relação sujeito/sujeito.
Vale um adendo: não se trata apenas de reconhecer os pontos de conexão, mas de fazer um esforço para compreender os pontos de não-conexão. Lidar com a diversidade é o grande desafio.
Sugiro colocar em sua agenda de crescimento e desenvolvimento pessoal o desafio de ser empata, ou seja, aquele que transforma o mundo com uma conversa de cada vez.
É assim que, de relação em relação, faremos a revolução da vida!