Quando viajei pela Itália, aluguei um confortável Mercedes para dirigir nas estradas da Toscana. Ao retirar o carro na locadora, em Roma, tive a desagradável surpresa de ver que o motor “morreu” na primeira parada, diante de um semáforo. Soltei um palavrão diante do infortúnio, agravado pelo trânsito caótico daquela cidade nunca antes desbravada ao volante. E agora, o que fazer?
Por estar próximo ao Vaticano, até cogitei que fosse um alerta dos anjos, para que eu ficasse atento ao volante. Inconscientemente, acelerei. Só então percebi que aquele modelo desliga sozinho, quando parado e, da mesma forma, religa ao entrar em movimento. Nem sabia da existência de tal característica.
Conto esse fato para dele tirar duas lições. A primeira, o quanto nos desesperamos ou nos preocupamos em demasia com certos acontecimentos, tecendo de imediato consequências drásticas, sem que haja uma razão que justifique o drama. Sei que o exemplo pode parecer simplório, mas substitua os poucos segundos do meu abalo na capital italiana por horas, dias, semanas ou meses em outras situações que imaginamos terão saldos negativos, para concluir ao final que não havia nada de errado capaz de nos roubar o sono sagrado de tantas noites ou a concentração necessária para o cotidiano.
Certamente você deve se lembrar de muitas aflições pelas quais passou para constatar, no final, terem sido desnecessárias. Poderiam ter sido evitadas caso houvesse consciência dos medos e ameaças, sem que exista legítimas razões.
A moral da história da primeira lição é, na iminência de algo aparentemente perigoso, desenvolver o discernimento de reconhecer que pode ter sido apenas o desligamento automático do motor do veículo, sem nenhum prejuízo para quem está ao volante.
A segunda lição merece outra abordagem. Como um produto “inteligente”, o modelo de última geração desliga automaticamente o motor, quando parado. O mecanismo ajuda a economizar combustível e contribui para diminuir a poluição provocada pelos veículos, principalmente nas grandes cidades.
Como seria bom, portanto, se também pudéssemos desligar nosso motor, a mente, e economizar pensamentos inúteis, fantasiosos, angustiantes e repetitivos. Assim, daríamos uma trégua para as macaquices da mente e a poluição gerada pelo gás carbônico dos julgamentos, pressupostos, preconceitos e maus pensamentos. Imagine como o ar do universo seria mais puro e leve!
Saiba que, sim, existe uma tecnologia de ponta apropriada para fazer as pausas que produzem a boa higienização mental. Eu a apresento, no livro Chamamentos, com o nome de Contemplação de Rosalina. Consulte, conheça melhor e pratique. Vale a pena!