Existem sete tipos de mercados onde pessoas e empresas podem atuar.
O primeiro deles é a “arena de guerra”. Como indica o próprio nome, é parecido com um campo de batalha. A pessoa sai de sua casa para o trabalho como se fosse para a guerra. Bombardeios o tempo inteiro. Sangue, suor e lágrimas. A ordem é combater: o cliente, o fornecedor, o funcionário. Todos representam uma ameaça, contra a qual se deve lutar com armas e munições. Ou fugir, quando o medo prevalece.
O segundo mercado é a “mina de recursos esgotáveis”. O que importa é competir. É preciso derrotar o concorrente, tomar os seus clientes, fornecedores, funcionários. Considerado um ambiente precário, não existe espaço para todos. Só dá para crescer de um jeito: tomando a fatia do concorrente. Nem que seja preciso recorrer a manhas e artimanhas.
O terceiro mercado é o “oásis no deserto”. Ainda que o deserto seja uma metáfora da escassez, nele sempre existe um oásis. Ou seja, algo que está à nossa espera. E, então, o medo que governa os comportamentos nos dois mercados anteriores dá lugar à curiosidade. Ao interesse de descobrir, de desbravar, de decifrar oportunidades. E quem procura, acha.
O quarto mercado é o “ponto de encontro”. É quando acontece uma conexão bem sucedida entre as competências profissionais ou de determinado negócio com as necessidades do demandante. É a confluência promissora entre a oferta e a demanda. O que se deve fazer nesse mercado é compreender o cliente e conectar-se a ele.
O quinto mercado é o “ateliê de arte”, um ambiente recreativo, semelhante a uma tela em branco à espera de uma gravura. É possível exercer o talento criativo nesse mercado. E desenhar coisas novas. Não há necessidade de imitação. Quem nele atua, seja empresa ou pessoa, é capaz de oferecer o seu próprio talento. O que deve ser feito é imaginar, inventar, inovar.
O sexto mercado é o “espaço de solidariedade”, um lugar onde existem pessoas que precisam de ajuda, com problemas a serem resolvidos, necessidades a serem atendidas. E o papel de um profissional ou empresa é oferecer seus préstimos. Servir é o principal propósito de quem nele atua.
O sétimo mercado é o “jardim supremo”, por sua vez parte de uma Grande Obra. Mas inacabada. E é papel de profissionais, empreendimentos e empresas contribuir na construção desse belo espaço. É quando os propósitos de líderes, profissionais e empresas estão voltados a construir um mundo melhor. Todos se sentem responsáveis e partícipes dessa elaboração conjunta. Unificar esforços é a principal tarefa.
Você é o seu mercado
É claro que esses sete mercados somos nós. Eles não estão fora, mas habitam nosso ser, nosso conjunto de crenças e de valores. O “guerreiro” é o profissional típico do primeiro mercado. O “jogador” evoca o segundo. O “curioso”, o terceiro. O “perito”, cujas competências contribuem para o negócio, o quarto. O “artista” é o protagonista do quinto. Já o sexto é o lugar do “solidário”. E o sétimo, o ambiente do “cultivador”.
Portanto, são sete arquétipos mais ou menos adequados a cada um de nós. Qual é o que mais atrai e agrada você? Quais são as suas inclinações? Identifique suas pistas pessoais para saber em qual tipo de mercado você se sairá melhor.
Conquiste arquétipos mais evoluídos
Os arquétipos estão relacionados aos estágios de consciência. Esses estágios partem do ego-envolvimento (preocupação consigo), evoluem para o alter-envolvimento (preocupação com o outro) e se encaminham para o hólos-envolvimento (preocupação com o todo).
Desenvolver-se nesses estágios de consciência é o desafio de uma travessia. Fazê-la está à disposição de cada um. Não se trata de um desafio apenas profissional ou empresarial, mas humano, cuja superação nos transforma em pessoas melhores. E isso pode ser feito através do aprendizado, da experiência e, principalmente, da metanoia: uma mudança de olhar.
Roberto, pode a obra estar em um mercado e o líder em outro mercado e os colaboradores em um outro mercado, ou isso seria uma alienação ?
Eduardo, pode sim.
“Mercados” são estados e estágios de consciência.
Um líder pode estar em determinado estágio de consciência, mas a sua obra ainda não assim como seus colaboradores. É natural que isso aconteça e até salutar que o estágio de consciência do líder esteja a frente, uma forma de fazer com que a obra evolua. Dificilmente a obra consegue evoluir além do estágio de consciência do líder.
A cultura é que faz com que líder, obra e equipe se encontrem no mesmo estado de consciência.
Abraço