A atenção é, sem dúvida, uma grande virtude. E cada vez mais escassa, a considerar a vida moderna, repleta de afazeres, a exigir que estejamos o tempo todo conectados. Nossa atenção fica dividida, disputada pelo celular, o tablet, o notebook — todos repletos de informações. Quase sempre nos sentimos devedores de respostas ao WhatsApp, Instagram, Linkedin, Facebook, e-mail.
Como ficam as relações diante disso?
Não sei você, mas acho muito triste conversar com alguém ao telefone e ouvir, do lado de lá, o som do teclado de um computador, do rádio, da TV ou o insistente barulho do manuseio de utensílios domésticos. Se concordar comigo, certamente achará que o interlocutor não está 100% para você.
Alguém pode conversar ao telefone enquanto se dedica a outras atividades, como organizar a estante de livros, regar plantas, preparar uma omelete. Mas não acredito que esteja fazendo todas essas com o carinho e o cuidado que cada uma delas exige.
Estar presente, em estado de atenção, para si e para o outro, é uma grande virtude. Ouvir, com todos os sentidos o que o interlocutor está falando, é um belo serviço. Procurar sentir o que o outro está sentindo, é uma sagrada comunhão. Observe, no entanto, como as conexões dessa natureza e qualidade são cada vez mais raras.
Relações objetos são aquelas no modo automático em que captamos muito pouco do que é dito e nada do que não é dito, onde, muitas vezes, reside a mensagem essencial. Relações objetos sempre estão sendo asfixiadas por ocupações e preocupações. Quantas coisas são negligenciadas ou deixam de ser feitas corretamente por falta de atenção e compreensão.
Relações sujeito/sujeito são aquelas em que você está por inteiro diante do seu interlocutor. Naquele singelo e único momento, o tempo para e não existe nada ou ninguém mais com quem dividir seus sentimentos, empatia, escuta.
Relações sujeito/sujeito sempre serão prósperas em qualquer interação e meio: na família, entre amigos, no trabalho em equipe, nas negociações.
Todas as relações possuem uma subjetividade que só pode ser captada via atenção exclusiva, estar por inteiro para o outro. Captar a subjetividade é um talento que poucos desenvolvem, a não ser os negociadores mais eficientes, os vendedores bem-sucedidos, os líderes admirados, os terapeutas perspicazes, os seres humanos adoráveis. É deles que você se lembra e a quem recorre quando precisa, na certeza de que são confiáveis. São eles que investem no Capital Relacional.
Independentemente de gênero, esses são os caras das relações!