Einstein, em busca de uma forma simples para explicar a sua teoria da relatividade, ensinava: “quando um homem se senta ao lado de uma mulher bonita durante uma hora, lhe parece que se passou apenas um minuto. Mas, se ele se sentar sobre um fogão aceso durante um minuto, terá a impressão de ter estado ali durante a mais longa das horas. Isso é relatividade”.
Sim, o tempo é relativo. Existe um componente que complica ainda mais a noção que temos dele: a pressa. Exemplos não faltam para evidenciar tal realidade. Basta ver o que acontece na área de embarque dos aeroportos, tão logo o voo é anunciado. Os passageiros se posicionam em fila por mais de quinze minutos, enquanto aguardam a liberação do acesso à aeronave, embora suas poltronas estejam reservadas. No final da viagem, a mesma atitude afoita se repete, de um jeito ainda mais patético. Antes do anúncio que autoriza o desafivelar dos cintos, muita gente já se levanta aguardando, desconfortavelmente, o momento em que as portas são abertas para o desembarque. Tanta ansiedade para depois ficar aguardando a bagagem na esteira, junto com os demais.
Como explicar a origem de tanta pressa? Ela é típica de quem apostou todas as fichas na busca de bens deste mundo. A resposta é um palpite do pensador e escritor Alexis de Tocqueville.
Nesse caso, diante da brevidade da vida, o tempo é escasso para adquirir, apropriar-se e usufruir de todos os bens disponíveis. A limitação e a impotência diante do fim implacável provocam as inquietações, os medos e as culpas dos tempos modernos, fazendo com que as pessoas nunca vivam no presente, aonde quer que estejam. Tempos modernos? Foi o que disse o visconde de Tocqueville, em 1840!
Um propósito pode dar sentido ao tempo. A ausência dele pode fazer com que caminhemos pela vida de forma errante, apressando-nos para chegar a lugar nenhum ou sujeitos a uma espera infinda, com a triste sensação de que o tempo não passa. Pior ainda é quando parece que, de fato, se arrasta, um mal típico daqueles que vivem mergulhados em lamentações.
A presença de um propósito tem a virtude de nos colocar na trilha certa, aquela que prefere o desfrute da caminhada ao usufruto das coisas.
Propósito é algo que se coloca à frente, para que possamos dar o passo com determinação e alegria, no tempo certo. O significado da palavra coragem é colocar o coração à frente. O verdadeiro propósito, portanto, é uma escolha que vem do coração. Serve para nos encorajar a seguir em frente, num tempo que será breve, ao comemoramos as conquistas, mas eterno, quando vivemos o propósito com amor. Oriente-se por um propósito para comprovar como faz toda a diferença!
Belo texto… Apto a nos colocar frente a questão inexorável do viver. Se o set humano compreendesse a lição, o mundo, decerto, seria melhor…