“Para quem só sabe usar martelo, todo problema é um prego.” Quem disse foi o grande psicólogo humanista Abraham Maslow.
Constate, por sua própria conta. Se as vendas estão caindo, cada um tenta resolver o problema com o martelo que possui. O financeiro quer reduzir os custos, o comercial, conceder descontos, o marketing, investir em propaganda, o RH, treinar os funcionários.
Cada um quer usar as ferramentas que domina, seja qual for o problema. Não é diferente com um médico, engenheiro, advogado ou outro tipo de profissional.
Depender do martelo para sobreviver é reduzir a nossa potencialidade a uma única ou a poucas habilidades ou ferramentas, de tal forma que não somos nós que as possuímos, mas sim elas a nos possuir.
Já notou como profissionais com determinados martelos se entregam a eles por anos em uma mesma empresa e, quando se desligam, vão procurar trabalho onde o mesmo martelo se aplica?
Essa é a diferença de quem aposta suas fichas nos conhecimentos e habilidades, abrindo mão de seus dons e talentos.
O que fazer, então, quando o martelo habitual não mais se aplica?
Conhecimentos e habilidades são como martelos. Têm utilidade e aplicações específicas. Dons e talentos, por sua vez, servem para múltiplas situações e desafios. Você pode se condenar ao desemprego, se depender apenas dos seus conhecimentos e habilidades ultrapassados, mas jamais se inviabilizará por seus dons e talentos.
Na Economia ao Natural – tema do meu mais recente livro – discorro sobre a economia de fora e a economia de dentro.
Quando olhamos somente para fora, buscamos nos especializar em determinados martelos. Fazemos o que o mercado determina, mesmo que a aptidão necessária nada nos fale ao coração. Quando examinamos a economia de dentro, encontramos a nossa vocação. É a voz interior que nos diz para que existimos e o que temos de melhor a oferecer.
“Ponha o que tu és naquilo que fazes”, disse o poeta Fernando Pessoa.
O que verdadeiramente somos é transcendente, não transitório. Faz parte da nossa natureza única e especial. Indescartável!
Faço o que Sou ou Sou o que Faço ?
Pergunta pouco feita ou pouco entendida entre as Pessoas de negócio.
Ser o que faço é muito limitante e muito prejudicial a Vida numa visão maior de satisfação pessoal com mais significados.
Com certeza nossas melhores contribuições virão da nossa essência, região onde habita nossos dons. “Dons?” talentos já dentro de nós que poucos conhecemos.
Fazer o que sou é uma maneira de te colocar na busca dos inúmeros dons internos que cada um possui, além de uma grata forma de aproveitar o tempo que temos de sobra para NOS conhecer ainda mais. Parabéns Roberto pelo novo livro Pedaços de Brasil Que Dão Certo.