Quando comecei a minha carreira de consultor, vivia com uma pergunta em mente: “por que algumas empresas são bem sucedidas e outras não?”. Movido por curiosidade e busca de conhecimento, observava as diferenças entre elas, na tentativa de encontrar uma resposta.
Havia muitas pistas, mas constatei, por aparentemente óbvio, que empresas são construtos jurídicos que dependem de pessoas. Portanto, empresas são pessoas. É certo acreditar, portanto, que pessoas bem-sucedidas constroem empresas bem-sucedidas. A próxima pergunta, então, foi: “por que existem pessoas mais bem sucedidas do que outras?”.
Ao longo de quase três décadas de estudos e centenas de relações de ajuda, notei que existem dois tipos predominantes de mentalidade distinguindo uma empresa de outra ou, mais precisamente, uma pessoa de outra: a mentalidade de destino e a mentalidade de desígnio.
A mentalidade de destino se caracteriza por algumas frases muito conhecidas: “não há remédio”, “o que não tem solução, solucionado está”, “a sorte está lançada, não há o que fazer” e “se Deus quiser”. Observe que são frases deterministas e até imperativas, como se tudo já estivesse definido e decidido por alguma providência, seja ela humana ou divina.
Quem assim pensa acredita que possui características definidas e imutáveis. Opta por tirar partido de seus pontos fortes, considerados natos, e se esquiva de seus pontos fracos, vistos como defeitos de fabricação.
Em ambas as situações, quem possui a mentalidade de destino sai perdendo. Se os pontos são fracos, não há o que fazer com eles. Está determinado sabe-se lá por quem. Se são fortes, também não há por que aprimorá-los. São considerados dons e talentos provenientes da genética, da graça divina ou de algum pó de pirlimpimpim obtido ainda no berço. O fato é que pessoas com tal mentalidade restringem por conta própria o seu desenvolvimento e também o de sua empresa, caso seja um líder. Para elas, o fracasso é algo a ser evitado e, por isso, deixam de assumir riscos, principalmente aqueles que podem colocar por terra os seus pontos fortes.
Quem possui a mentalidade de desígnio, por outro lado, compreende-se como um ser inacabado, ainda em processo de evolução e desenvolvimento. Acredita no aprendizado como forma de buscar o aprimoramento e na educação como meio de transformação. Considera-se aprendiz, para quem o mundo é uma imensa sala de aula. Consegue identificar os seus pontos fortes e procura aperfeiçoá-los, da mesma forma como entende seus pontos fracos como desafios a superar. Sente-se desafiado diante dos fracassos e faz deles impulsionadores para conquistar patamares mais elevados.
A moral da história e que também serve como ponto de reflexão é: vir a ser é melhor do que ser.
Aposte no seu devir!