Podemos traçar paralelos entre os impasses do mundo e aqueles vividos pela empresa diante do dilema do líder.
Muitos países oscilam entre a vigilância totalitária e o empoderamento dos cidadãos. Alguns chefes de estado, usando o poder da caneta, têm adotado a vigilância totalitária como estratégia para que o vírus não se dissemine. A mídia tem divulgado cenas patéticas, em que policiais surram cidadãos que rompem o combinado, obrigando-os a voltar para casa.
Na empresa, pode-se optar entre a autoridade do chefe ou a autonomia dos colaboradores. O poder centralizado de comando inibe a iniciativa dos integrantes de equipes, aos moldes do chefe de estado que exerce a vigilância totalitária. A punição é o elemento de comando e de controle dos colaboradores, o que sempre provoca transgressões, a exemplo da atitude daqueles que, mesmo conhecendo as leis, preferem sair para as ruas a cumpri-las. Por outro lado, colaboradores com autonomia são imprescindíveis em tempos de incerteza e que necessitam de criatividade.
Outro embate que ameaça países e chefes de estado se dá entre o isolamento nacionalista e a solidariedade global. Salve-se quem puder ou salvemo-nos todos? Cada um por si ou Deus para todos? As mesmas questões isolacionistas ou solidárias se repetem também na empresa em que o líder precisa decidir sobre “o melhor para nós”, quando esse “nós” pode ser apenas o seu negócio ou os negócios de todos nós.
O terceiro embate se dá entre a guerra de poder e o consenso das autoridades. Temos exemplos de países em que os governantes logo chegaram a um ponto comum sobre como lidar com a pandemia e souberam aliviar os seus efeitos. O contrário também aconteceu, quando guerras políticas e de poder agravaram ainda mais os males da pandemia.
Traçando um paralelo, nesse momento, não pode haver nada mais prejudicial a uma empresa do que os dissensos e conflitos entre sócios ou dirigentes.
Olhe para fora e olhe para dentro. O que podemos aprender com o mundo de fora pode ajudar nas decisões internas. O que aprendemos com os impasses e dilemas internos pode ajudar a um melhor posicionamento diante do cenário externo.
O fato é que existe um inimigo comum e este tem feito muito bem a sua parte. O vírus atravessa fronteiras com extrema facilidade. Quem vencerá essa guerra? Será ele, com a sua competência de infectar e proliferar, ou será a espécie humana ao tomar suas decisões?
O inimigo invisível só pode ser combatido com algo também invisível – a força do amor. Não há saídas sem essa energia virtuosa. É o que poderá nos salvar tanto no mundo como na empresa, tanto no mercado como nos negócios, tanto no trabalho como na vida. Que tenhamos a sorte de contar com bons líderes. Você, que é, cuide de oferecer o melhor para todos. Amém.