O diabo está posto é uma outra maneira de dizer que o zumbido não vai acabar. Permanece aí, o tempo todo, nas mais variadas formas, a nos atormentar. Se não está do lado de fora, em ameaças, crises, epidemias, tragédias e no noticiário que as sintetiza, está do lado de dentro, em perturbações, alucinações e incessantes diálogos mentais. Já prestou atenção nas pessoas que andam pelas ruas falando sozinhas? Talvez o que nos difira delas – se é que, de fato, somos diferentes – é o fato de ainda não expressarmos nossos próprios zumbidos em voz alta.
Não há para onde correr, quando o que nos persegue somos nós mesmos. Somos o herói e o algoz. O autoritário e o submisso. Quem algema e o algemado. O controlador e controlado. O adulto destemido e a criança vulnerável. Então, acredite, o diabo está mesmo solto, do lado de fora e do lado de dentro.
O diabo e o zumbido estão postos, deles não nos livraremos. Fazem parte da nossa experiência humana. Errado é deixar que roubem a cena. Sim, porque não são os protagonistas da história que queremos contar. São os antagonistas que nos levam a seguir na direção contrária. Sem culpá-los, podemos agradecer a eles, por acionarem o alerta de que temos de seguir em outro sentido.
O nosso desafio humano é abrir espaço para o divino. Mas, lembre-se, Deus exige sacrifícios. As coisas não acontecem de mão beijada, assim, sem mais nem menos. Compreenda, porém, corretamente o que é sacrifício: um esforço com intenção. Decisão e compromisso. Um sacro ofício ou um ofício sagrado. Uma forma de criar e encontrar o amor em tudo o que fazemos.
Se o nosso desafio humano é criar condições para que o divino tenha lugar, o nosso desafio empresarial é fazê-lo em meio à ação, no olho do furacão, onde a cobra morde a canela. E, sobretudo, buscar o que seja verdadeiro, belo e bondoso.
Vivencie e colha os frutos!