Dos cinco desígnios em O Velho e o Menino, um dos mais flagrantes no dia-a-dia é aquele que trata da relação sujeito/objeto. Não sem motivo, trouxe-o de volta no recente livro Chamamentos, como a definir a relação correta que nos remete à ordem natural.
Se já lhe aconteceu – e é bem possível que sim –, talvez você consiga avaliar o que sente ao perceber que seu interlocutor, no outro lado da linha, está fazendo alguma outra coisa enquanto fala ao telefone. Às vezes, até dá para ouvir o clique das teclas do computador, ao mesmo tempo que os comentários ouvidos vão se tornando superficiais.
É um típico exemplo de relação-objeto, sem empatia nem sintonia e conexão emocional. Acontece nas relações superficiais e utilitárias, em que o outro é um meio para alcançar algum objetivo e também quando fazemos muitas coisas – uma marca de nossos tempos –, misturando afazeres e diálogo.
Empresas egocentradas é a denominação que damos a todas aquelas cuja cultura está na relação-objeto. Nelas, os líderes consideram os colaboradores somente meios através dos quais algo precisa ser entregue. Trata-se, portanto, de uma relação utilitária medida pelo desempenho. Em troca, às vezes, de algumas recompensas quando o que estava previsto corresponde ao realizado. Nada mais.
Esse mesmo tipo de empresa egocentrada, apoiada por colaboradores também egocentrados, repete o mesmo equívoco na lida com o cliente. O contato não passa de algo superficial, com o único objetivo de arrancar o pedido ou efetuar a venda, sem nenhuma preocupação com o sujeito, agora o cliente.
O primeiro grande desafio da metanoia é transformar empresas egocentradas em altercentradas. A chave não é nada fácil de virar, pois se trata de uma outra cultura, exatamente oposta. O fundamento dessa mudança está em desenvolver uma relação correta, qual seja, a de sujeito/sujeito, com base na atenção, na empatia, na conexão emocional.
O processo deve começar dentro de casa, com a equipe de colaboradores, sem o qual nada acontecerá fora de casa, com o grupo de clientes. A mudança, nada corriqueira, admita-se, é imprescindível para quem quer ingressar em uma Nova Economia. A ela, portanto. Com empenho e coragem!
Verdade caro Tranjan!
Atualmente não se encontra mais o “comprometimento” com o cliente, ou o freguês!
Fornecedores conquistam clientes descartáveis, esquecendo que se gasta 7 vezes mais para conquistar do que fidelizar…
Não existe mais a gentileza, o sorriso, a simpatia, o prazer em servir…é o toma lá da cá; sem o affair, sem a vontade de surpreender e superar as expectativas…
Pois é, amigo.
Por isso que negócios sucumbem por aí, enquanto outros contam histórias.
Abraço
Olá Roberto,
Realmente, você foi certeiro ao ponto!
Estou no segmento de Telecom a 25 anos, atuando como gestor de pessoas em multinacionais e fundações. São todas egocentradas. A transformação não é apenas uma mudança cultural, mas uma necessidade de sobrevivência!
Parabéns pela reflexão!
Um abraço,
Fabio
Fabio
Ainda assim, não podemos perder a esperança de modelo mental de abundância e comportamentos mais altercentrados.
Para o bem das empresas e de todas as pessoas.
Abraço
“Hoje em dia nos deparamos com indivíduos que se comportam como autômatos, que não conhecem ou compreendem a si mesmos, e a única pessoa que conhecem é a que pensam ser, alguém cuja conversa vazia substitui a comunicação real, alguém em quem o sorriso sintético tomou o lugar do riso genuíno e a sensação de desespero total ocupou o vazio deixado pela dor autêntica…”Erich Fromm.
“Você pode comprar o trabalho de uma pessoa, mas não pode comprar o seu coração. O entusiasmo e a lealdade encontram-se no coração. Você pode comprar a força, mas não pode comprar o cérebro. E a criatividade, a engenhosidade e o potencial são encontrados no cérebro.” Sthepen R. Covey.
Parabéns caro Tranjan pelo seu excepcional trabalho .Sem dúvida nenhuma, os que abraçam essa filosofia, adotam um novo modelo mental, são prósperos e acima de tudo felizes! Abraços de luz!
José Eduardo, meu caro.
Tem toda razão.
Muito oportuno lembrar e citar Erich Fromm.
Deixo aqui um abraço.
Tudo começa pelos valores. As pessoas que valorizam o próximo se preocupam em ser presente com família, amigos, parceiros, clientes. Estamos precisando redescobrir o que realmente é importante. as conexões com valores são mais reais e efetivas.
Anna
Sem dúvida, a conexão dos valores é efetiva, como também o distanciamento das crenças.
Abraço
A empatia existe? Um chefe nunca sabe o que seu funcionário passou, quais dificuldades teve para chegar ao seu destino (trabalho). A capacidade de se colocar no lugar dos outros, principalmente, num ambiente de trabalho é praticamente inexistente.
Pôxa Lucimari
Não seja tão pessimista.
Bons líderes tem a empatia como característica.
Esforçam-se para se colocar no lugar do colaborador.
Embora a empatia seja um exercício difícil, vale pela atenção e interesse que o líder dispensa aos seus colaboradores.
Abraço
Este foi o quarto artigo que acabei de ler relacionado a esse tema e foi o que mais deixou claro para mim. Gostei. instalar app
Adorei conhecer seu blog, tem muito artigos bem interessantes.
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