Tudo está relacionado a tudo! É nisso que o pensamento sistêmico nos faz crer. Quando entendemos a relação que existe entre as coisas, aumenta a nossa capacidade de compreensão do mundo e da vida. Até aí tudo bem mas você deve estar perguntando o que isso tem a ver com a sua empresa, seus negócios e o seu trabalho. Resposta: tudo.
Se existe um mal no mundo, ele tem nome: ignorância. Em outras palavras, limitação de ver o todo, alienação diante das relações entre as coisas, dificuldade de identificar causas e efeitos, baixa consciência diante dos vários fenômenos da vida. Daí que os chefes se ressentem da baixa contribuição, iniciativa e criatividade de seus funcionários; daí que os funcionários se ressentem da baixa atenção, interesse e prestígio pelos seus trabalhos.
Assim sobrevivem muitas empresas: alienadas e reclusas diante de seus mercados. Um mercado funciona como um grande sistema onde tudo está relacionado a tudo. Determinadas empresas vivem à margem ou intoxicando os seus mercados e perdem, assim, a oportunidade de se beneficiarem através de um processo de simbiose com o seu próprio mercado.
Não é diferente com algumas pessoas em uma empresa. Também trabalham alienadas e reclusas diante do sistema-empresa. Não conseguem, assim, oferecer o seu melhor. Por conseguinte, também não consegue receber o melhor. Essa alienação ou baixa visão sistêmica cria um ciclo perverso que se transforma em um moto-contínuo: muito esforço / pouco resultado / baixa recompensa / muito esforço / pouco resultado / baixa recompensa e assim por diante.
Se o mal do mundo tem nome e é a ignorância, para ela existe um antídoto: o conhecimento. Como bem disse Aristóteles há milênios atrás: “Através do conhecimento adquiro compreensão. A compreensão me permite fazer com liberdade o que os outros fazem obrigados pelo medo”. Conhecimento é, portanto, a moeda forte dessa nova economia agora mais sistêmica e interligada.
Não dá mais para aceitar pessoas alienadas executando tarefas sem significado, sejam elas líderes ou subordinadas. O significado está no todo, mas se existe ignorância sobre o que seja esse todo, é esperar muito que as pessoas trabalhem motivadas e com excelência. É como a conhecida parábola dos três cegos que, apalpando um elefante, o primeiro supõe ser uma corda, o segundo supõe uma árvore e o terceiro supõe uma parede. E vivem acreditando nessa “verdade”. E esta é a pior prisão: acreditar que é verdade algo que não é verdade. Com a melhor das intenções, ambos dão o melhor de si: para uma corda… para uma árvore… para uma parede…
É comum nas empresas as pessoas trabalharem com imagens distorcidas do que seja o mercado, o negócio, o cliente, os objetivos e os resultados. É possível dar certo? Só com muito esforço e circunstancialmente. Essa visão fragmentada do sistema-empresa tem sido o maior problema de muitas empresas. Quando não se conhece o todo, reduz-se ao mínimo as possibilidades de contribuir ao máximo.
É disso que a visão sistêmica é capaz: permitir com que as pessoas aumentem suas capacidades de dar novas respostas para problemas novos e antigos.