Administração de tempo parece ser um dos maiores desafios que temos pela frente. Quanta gente não vive se queixando de agenda superlotada? Aqui está uma sugestão fundamental: classificar tarefas e afazeres em duas categorias, as urgentes e as importantes. As urgentes, bem sabemos, são os incêndios diários a apagar. Se a gente não se cuida, vive se chamuscando. As importantes são as necessidades, profissionais e pessoais.
Vale refletir a respeito, porque é capaz de percebermos logo que urgências sempre se sobrepõem ao que realmente é importante. Um bom antídoto contra esse veneno é perguntar qual é a melhor maneira de usar o tempo, nada menos que a matéria-prima – a única não renovável – da vida. Assim, a mesma questão adquire outro formato: qual é a melhor maneira de usar a vida?
Classificar os afazeres diários em importantes ou urgentes não é o mais difícil, embora poucos tenham o cuidado de fazê-lo. O maior desafio não se encontra no importante, muito menos no urgente, mas em uma terceira categoria, a do essencial.
Quando tratamos do essencial, constatamos que o tempo não é o problema. E que aumentar o ritmo, na esperança de que a pressa resolva a parada, está longe de ser a melhor solução. Repartir o tempo em pedaços para atender às mais diversas demandas também de nada adianta. O desafio está em viver em paz, no “olho do furacão”. E isso só acontece quando identificamos o essencial.
O essencial não pede que se faça mais, mas sim o que realmente precisa ser feito. E o que precisa ser feito tem a ver com a nossa missão pessoal, aquilo que só nós podemos fazer, o indelegável. É isso que nos permite deixar pegadas, porque onde quer que passemos. São as nossas contribuições e dádivas.
Dedicar-se ao essencial permite reconhecer, humildemente, que somos seres inacabados, mas que por isso mesmo temos a grande chance de fazer da vida uma obra de arte. É quando podemos olhar para as marcas que deixamos – sem pressa – com orgulho. Elas refletem o que somos e a razão da nossa existência, o nosso verdadeiro propósito.
É ao redor do essencial que todo o tempo se organiza.