Maldição ou bênção?
Ganhar a sorte grande na mega sena ou confrontar-se com uma doença degenerativa? O que você prefere?
Claro que ganhar na mega sena parece muito melhor do que confrontar-se com uma doença degenerativa, pensarão alguns ou todos que se surpreenderem com uma pergunta tão sem propósito. Será mesmo?
Tanto os gregos quanto os romanos acreditavam na deusa Fortuna. Os que tinham acabado de ganhar seus presentes a chamavam de “Boa Sorte”. Os que os tinham perdido, a designavam de “Má Sorte”. Voltemos à pergunta inusitada, com uma diferença: o que você prefere? A má sorte ou a boa sorte?
Ganhar subitamente na loteria pode ser uma maldição, mais do que uma bênção. Não acredita? Pois saiba que muitos premiados, depois de alguns anos, voltaram à situação precária anterior. Além de dinheiro, perderam amigos e muitos arruinaram até o casamento, dissolvendo a família. A alegria da boa sorte se reverteu em uma tristeza sem fim.
Por outro lado, muitas pessoas que sobreviveram ao câncer declaram: “foi a melhor coisa que já me aconteceu”. A doença lhes propiciou consciência lúcida, mudança na escala de valores, modificação no estilo de vida. Enfim, um renascimento, com vivência em plenitude, significado, alegria e intensidade. Muitas duras lições nos chegam de forma implacável para confirmamos, depois, que foi algo muito positivo.
Nem toda sorte é realmente boa ou boa o tempo todo. No sentido inverso, nem tudo que parece má sorte é realmente negativo ou negativo o tempo todo.
Melhor, portanto, é não nos deixarmos levar nem por uma onda nem por outra. Manter a centralidade é a melhor estratégia para lidar com as turbulências do lado de fora. Sejam positivas ou negativas, podem ameaçar a paz e a serenidade.
Como podemos chamar de boa sorte algo que poderá ser perdido a qualquer momento?
O que não se perde são os valores, as virtudes para colocá-los em ação e a disciplina para cultivá-los diariamente. Essa é a verdadeira Fortuna, sobre a qual temos alguma ingerência. Dessa brotam o contentamento, a alegria e o amor pela vida. Às vezes, é preciso vivenciar uma doença ou uma tragédia para reconhecer a Fonte de onde a vida transborda.
O que você prefere?
Desejo-lhe boa saúde! E, sempre, a coragem de encarar o que for preciso, para expandir a consciência e tornar-se cada vez melhor.
Caro Tranjan, os ventos que nos atingem podem arrancar nossas raizes se não estivermos com nosso interior e raizes entrelaçados e muito
bem conectados … nosso propósito persistente poderá levar nossa mau sempre na direção que escolhemos… a influência exterior pode ser grande momentaneamente se assim nos deixamos vulneráveis…
Grande Roberto
Coincidência ou não estou vivenciando a sorte pós susto!
O que aconteceu comigo está me fazendo reconhecer o verdadeiro valor da vida.
Obrigado pelas reflexões