Querer poupar filhos e colaboradores da tensão e do estresse é um erro muito comum que pais e líderes cometem. Com a melhor das intenções, ignoram que o crescimento se dá no desconforto gerado pelas pressões diárias a superar.
Quem falou que a vida é um mar de rosas? Quem disse que o mundo dos negócios e a empresa são ambientes sempre agradáveis?
A zona de conforto é o melhor lugar para quem não almeja evoluir. Só adquirimos crescimento e resiliência na zona de desconforto. É aí que engrossamos o couro, sem querer salvar a pele.
Líderes, tentando conquistar a paz e a harmonia no ambiente de trabalho, costumam funcionar como amortecedores. Atenuam as dificuldades e omitem obstáculos. O máximo que conseguem é infantilizar e impedir o crescimento de suas equipes.
Um dos fatores mais estressante nas empresas – e também fora delas – está nos relacionamentos. Por conta daqueles que são tóxicos, as pessoas se encaramujam atrás de uma tela de computador e preferem o isolamento do home office à aventura das interações interpessoais.
Evitar os choques nas relações, seja pela ação deliberada de um “líder amortecedor”, seja via isolamento, é impedir o crescimento e o desenvolvimento humano, social, relacional e emocional dos indivíduos.
Uma empresa avança por meio de integrantes de equipes de alto desempenho. São pessoas resilientes, altamente motivadas, competentes no que fazem e capazes de obter bons resultados.
A ninguém – nem mesmo uma criança – pode ser negada a dor emocional do crescimento e a intoxicação dos relacionamentos.
Empresas são ambientes naturalmente desafiadores: pessoas são demitidas, nem sempre a justiça se faz presente, colegas magoados descarregam sua raiva nos demais, a verdade nem sempre prevalece etc. etc. É aí que temos de nos colocar à luz sem protetor solar: encarar os desafios e crescer a partir deles.
Tudo tem ao menos dois aspectos distintos, o das inevitáveis dores emocionais e relações tóxicas, e o dos líderes confiáveis, colegas confidentes, relações nutritivas, valores virtuosos e propósitos que aquecem a mente e o coração.
Ao evitar um lado da moeda, perdemos a grandeza de viver também o outro, venturoso.
Enfrente o risco de investir no Capital Relacional. Coragem. Viva de peito aberto!