Não é de hoje que líderes empresariais tentam aprender com o futebol, principalmente quando se defrontam com a maestria de um Tite na forma de conduzir o time e conquistar vitórias. Vamos a mais algumas lições, em nossa sequência de pílulas.
Um chute a gol: há grandes jogadores que enxergam a bola, mas o verdadeiro craque é aquele que, além da bola, enxerga o campo.
Essa não é do Tite, mas de outro talento do futebol, Di Stéfano, um dos maiores jogadores e treinadores de todos os tempos. Enxergar o campo é ter a visão do todo, ou visão sistêmica, como alguns preferem. Compreender a empresa e o negócio, compreender os processos e as pessoas, compreender os resultados e os desempenhos. Esse olhar de amplitude faz parte do bom exercício de liderança, das correlações e conexões de que o líder é capaz.
Um chute para a linha de fundo: a visão de curta distância.
Há quem veja o jogador isoladamente, mas não considere a sua capacidade de interagir com os colegas. Excelente habilitação técnica, condição física extraordinária, jogadas individuais magistrais. Péssima inteligência emocional e nenhuma integração, no entanto.
Quando técnico do Corinthians, Tite valorizava o time, não o jogador isoladamente. Alexandre Pato, grande ídolo do futebol italiano, mesmo depois de suas glórias, enquanto esteve no Corinthians ficou mais no banco do que no campo. Tite sabia o que fazia.
Visão de curta distância é quando o jogador é mais importante do que o time, o jogo é mais importante do que o campeonato, o campeonato é mais importante do que o legado. Pior ainda é quando a visão de curta distância deixa de considerar a torcida. Tremendo equívoco a ser evitado a todo custo!