O futebol, o esporte mais popular do mundo, sempre foi uma inspiração para líderes de empresas e negócios. Muitos são os exemplos daqueles que souberam virar o jogo, entre presidentes, técnicos ou capitães de equipe. Tempos atrás, Wanderley Luxemburgo foi o palestrante mais bem remunerado e requisitado nos ambientes corporativos, a despeito de especialistas acadêmicos e estudiosos que se dedicam ao tema.
Nem toda analogia entre o futebol e as empresas procede. Mas, para começar uma série, selecionei duas que podem inspirar algum aprendizado. Compartilharei outras, em pílulas. Seguem as primeiras.
Um chute a gol: primeiro o homem, depois o jogador.
A frase é do Marechal da Vitória, Paulo Machado de Carvalho, chefe da delegação brasileira em duas copas do mundo. Ela traz uma lição importante: a pessoa vem antes do cargo ou da função, ou mesmo da tarefa e do desempenho. Quando o líder olha mais para o cargo do que para a pessoa, ele tende a tratar o sujeito como objeto. Tanto é que, na ausência de resultado, ele se desfaz da pessoa, mas mantém o cargo.
Do futebol podemos extrair algumas lições positivas e outras nem tanto. Lembro-me do tempo em que jogadores e times formavam uma identidade. Despertavam e alimentavam a paixão da torcida.
Um chute para a linha de fundo: o preço ao invés do valor.
Infelizmente, sempre que o preço ocupa o lugar do valor, a escala se inverte. Hoje, jogadores viraram mercadoria e são transacionados de um time para outro como se importa ou exporta produtos de um país para outro. Não há mais lealdade. Tudo é por dinheiro.
É o que acontece com times e jogadores, executivos e organizações. Assim como o futebol não é mais aquele, muitas empresas também se descaracterizaram pelo bônus desmedido que não basta para saciar a ganância de seus executivos.
Vale atentar para ambas as lições, de maneira a jamais cair em armadilhas que podem ser fatais.