Incorpore no balanço o ativo mais importante

Quando foi a última vez que você perguntou a seus colaboradores “como estamos nos saindo como equipe”?

Em geral, após a pergunta provocativa que faço em sessões de educação, o silêncio incômodo que paira na sala denuncia um flagrante: as pessoas não conversam sobre os seus relacionamentos na empresa.

Tenho escrito uma série de artigos sobre esse tema. Chamo de Capital Relacional o ativo que inclui o estoque de diálogos com os colaboradores e clientes. Estou certo de que nenhum outro tipo de estoque é mais importante que esse, ainda que se dedique mais tempo aos demais. 

– Faço reunião com a equipe todas as semanas – defendem-se alguns.

Fazer follow-up, cobrar resultados, lembrar das metas, não é bem essa conversa que faz parte da súplica dos colaboradores, exaustos da mesmice impessoal. São três os problemas mais comuns: 

1) as pessoas não conversam; 

2) elas nem sabem conversar; 

3) algumas sequer reconhecem que as conversas fazem parte do trabalho.

Despachar e controlar é uma coisa, outra é conversar, uma arte, pois exige escuta atenta. Sem escuta atenta, as interações não passam de transmissão de informações ou ordens, algo muito diferente de comunicação.

O elemento imprescindível em uma conversa de verdade é a consideração. Todo colaborador quer ser considerado. Não apenas por seu desempenho e competência, mas também por sua percepção, opinião e experiência. “Conheça-me!” – clamam os colaboradores. Mais uma das 8 súplicas do Capital Relacional.

 

Diálogos de qualidade não se restringem às coisas do trabalho. Estendem-se para outras esferas da vida e do universo em que todos vivem, na maior parte das vezes desconhecido pelos pares.

Limitar-se aos interesses profissionais, deixando de lado outras esferas, significa perder uma grande chance de criar vínculos mais sólidos. E são justamente os vínculos mais sólidos que diferenciam uma equipe de um grupo de trabalho ou de projeto. Nestes, admite-se – não sem prejuízos – relações mais superficiais e efêmeras. Mas uma equipe de verdade é como aquele juramento que se faz nos casamentos: juntos sempre, na alegria ou na dor.

Equipe é o nome que se dá ao ativo composto pela qualidade dos diálogos ao longo do tempo. É o mais valioso e tem imenso poder, embora não conste do balanço. Compõe o Capital Relacional, a porta de entrada da Nova Economia.

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