O medo de aprender nos condena à ignorância. O medo de realizar nos reduz à impotência. Ignorantes e impotentes deixamos de ser quem somos. Assumimos a vida de criatura e nos tornamos vítimas e reféns de tudo e de todos. Como insetos, repetimos as mesmas coisas todos os dias, semanas após semanas, meses após meses, anos após anos.
Preferimos a murmuração à realização. Aprisionamo-nos ao que nos dá segurança e nos preserva. Evitamos o risco e a aventura. Buscamos todos os dias mais do mesmo. Optamos pelas migalhas e abrimos mão do prato principal. E o medo que nos governa ainda nos faz agradecidos por tão pouco.
Sair dessa roda-viva requer uma tomada de consciência. É só o que pode nos libertar. Ter consciência de quem somos e para onde vamos. Ter consciência de nossa vocação de caminhantes que precisam seguir em frente.
“Para onde vais, Andarilho, nesse andar assim cambaio? ”, diz o verso de Thiago de Mello. Quando estamos parados, as imagens que os nossos olhos registram ficam estáticas. Aos poucos, também nossas vistas congelam, perdendo a capacidade de enxergar o novo, o inusitado, o extraordinário.
Só a consciência permite a descoberta de um desejo que pode ser transformado em propósito. Um desejo que pulse dentro e um propósito que vibre fora.
Desejo interior e propósito exterior, ambos compõem a mesma melodia unindo com perfeição letra e música. O som de cada um de nós se expande para o Universo, harmonizado com outros sons, letras e músicas, para compor uma peça sinfônica. É quando assumimos a nossa vocação de ser humano, que nos faz cocriadores do mesmo mundo, da mesma trama, da mesma história, a história da Humanidade.
– Para onde vais, Andarilho, nesse andar assim cambaio?
– Vou ao encontro da Manhã.
Bem-vindos todos os andarilhos à Era da Consciência, onde o amor prevalece sobre o medo.