Você e eu, conectados por este texto, temos algo em comum: somos pessoas de negócios. Vivemos no mundo dos negócios: oferecemos e solicitamos, compramos e vendemos, ganhamos e perdemos. Negócios são meios através dos quais produzimos riquezas. No fundo, queremos a mesma coisa, ou seja, gerar riquezas e usufruir delas. Isso faz com que, ao menos à primeira vista, nos identifiquemos. Será mesmo?
O mundo na pressa
Aqui começa uma distinção: há quem leve a vida na pressa, há quem dê a ela um sentido de urgência. Parecem inclinações muito parecidas, senão iguais. Mas, de fato, são muito diferentes.
Senso de urgência muitas vezes é necessário, para que não fiquemos na letargia, na parálise. Já a pressa nos tira do centro. Deixamos de ver e ouvir as coisas como elas verdadeiramente são.
Sim, ambos buscamos a riqueza. Alguns no piloto automático, agindo e reagindo, sem pensar muito no que fazem. Outros colocam a reflexão antes da ação e da reação. É claro que as riquezas geradas em cada uma das situações serão de qualidades diferentes.
O mundo no medo
Queremos riquezas, mas nem sempre pelas mesmas razões e motivos. Muitas pessoas são reféns de modos de pensar prevalentes na sociedade. O medo é um deles, talvez o principal.
O mundo do medo é um mundo de escassez. Nele, não há lugar para todos. É um mundo precário, feito de vencedores e perdedores. Curiosamente, é na ânsia de fazer parte do mundo dos vencedores que caímos na cilada de fazer uso dos comportamentos sabotadores, os quais, ao invés de alcançar a riqueza almejada, produzem exatamente o efeito contrário.
Nem tudo o que reluz é ouro
Nem toda riqueza é verdadeira. É por isso que vivemos em mundo feito de pobres de verdade e ricos de mentira. Entenda por pobre de verdade aquele que só é capaz de enxergar um mundo de escassez. Já o rico de mentira é aquele que ficou refém da mera riqueza, ou seja, só contabiliza o econômico.
O universo da Metariqueza
Metariqueza é um conceito de riqueza superior, que vai além da mera riqueza econômica, embora a contemple também. Nesse conceito, a riqueza se alarga e abrange quatro dimensões.
A primeira delas é a econômica. Entenda por dimensão econômica a riqueza tangível e visível. Ficamos mais ricos quando somos capazes de produzir bens e serviços que agradam o mercado.
A dimensão potencial é aquela que abriga as competências, seja na forma de conhecimentos e habilidades, seja na forma de comportamentos e atitudes, seja na forma de dons e talentos.
Já a dimensão causal direciona os esforços, as inteligências e as atenções para algo ou alguém. É ela que oferece um propósito e um significado ao trabalho e à riqueza.
A dimensão filosófica é aquela que declara as reais razões, motivações e intenções implícitas ao desejo de gerar riquezas.
Ambos ambicionamos a riqueza. Mas podemos viver e contar histórias muito diferentes. Podemos nos contentar com a mera riqueza, aquela que abrange apenas a dimensão econômica acumulada a qualquer custo. Mas podemos ir além, buscar uma riqueza superior e tornar o mundo dos negócios um meio de nos transformar enquanto transformamos o mundo! Para melhor, muito melhor! Isso, sim, é uma riqueza superior. E que, certamente, nos levará a um patamar de verdadeira excelência, como seres humanos.