Para compreender a nova, é preciso antes entender a velha economia. É composta por galpões, plantas industriais, máquinas e equipamentos, lojas e balcões, computadores e acessórios, processos e padrões. Criou-se a ciência da administração para planejar, organizar, controlar e avaliar todos esses recursos, e não somente os físicos, materiais, tecnológicos, financeiros, mas – e aí está o x da questão – também os humanos.
Na velha economia o humano foi coisificado, igualando-se aos demais recursos. Como resultado, produtos e serviços ofertados também passam pela coisificação, feitos mais para vender do que ajudar.
A velha economia é aterrada. Especializou-se no aqui, aterrissou e aqui ficou.
A Nova Economia se constrói a partir do acolá. É lá que flui a energia humana coletiva, também conhecida como intenção, semente do propósito.
A ciência gerada para tratar das coisas do aqui é impotente para as questões do acolá. Intenção e propósito não são visíveis e tangíveis, como os recursos da velha economia, mas têm imenso poder. Oferecem sentido e significado a todos os envolvidos, algo de que os recursos não conseguem.
Ao contrário do que muitos pensam, a Nova Economia não é caracterizada pela tecnologia. Esta, quando muito, é capaz de maquiar a velha economia, fazendo com que pareça moderninha, mas de fato ainda permanece aterrada no aqui, junto com os demais recursos, voltados mais para a produtividade do que para a afetividade.
A Nova Economia é feita mais do transcendente do que do transitório. A presença do transcendente é fascinante porque remete à nossa verdadeira natureza, embora nos assuste, porque aprendemos a nos identificar com o transitório. O poder, o controle, o apego, a vaidade são transitórios e todas essas ilusões nos retêm no aqui.
Negócios são pessoas, para além de todos os recursos. Intenções, propósitos e valores são criações dos seres humanos e são eles que sonham, criam, produzem, vendem, compram, consomem e decidem se comprometer e se fidelizar.
Ao colocar o humano em seu merecido lugar, de fim, não de meio, a Nova Economia pode cumprir o seu papel de proporcionar bem-estar, respeitar o próximo e reverenciar a mesma Casa Comum onde todos habitamos. Solidariamente.
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