Devagar, por favor!

No piloto automático, estamos dispersos enquanto as coisas acontecem sem nos darmos conta delas. Muitas informações são desperdiçadas enquanto não acionamos o estado de atenção. Nos relacionamentos, isso nos traz grandes desvantagens. Nas relações de negócio, enormes prejuízos.

Ambas as condições, embora sejam muito antigas, contribuíram decisivamente para que o Prêmio Nobel da Economia de 2002 fosse dado a Daniel Kahneman, professor de psicologia da Universidade de Princeton. Mais tarde, Kahneman explicou a sua teoria no livro “Rápido e Devagar”, em que o “rápido” é o modo que opera automática e velozmente, com pouco ou nenhum esforço e baixa percepção e consciência, enquanto o “devagar” aloca atenção consciente, sem a qual dificilmente nos saímos bem.

Tome como exemplo a sua experiência de leitura. Impossível fazê-la no modo “rápido” sem que haja prejuízo à compreensão e aos significados. Uma leitura só será eficaz no modo “devagar”. Assim também com tantas outras atividades.

A velha economia imprimiu a pressa no ambiente de trabalho com o pomposo nome de “produtividade”, com a finalidade de reduzir os tempos de produção, atendimento e relacionamento. Há quem se ache capaz de fazer com eficiência mais de uma coisa ao mesmo tempo. Sim, é possível, desde que todas sejam fáceis de executar, portanto, pouco exigentes. E, embora a eficiência seja possível no modo “rápido”, é a atenção no modo “devagar” que permite fazer com eficácia.

Convivemos com os dois modos há muito tempo e deles não nos livraremos. Impossível desligar o modo “rápido” e atuar somente no modo “devagar”. O nosso cérebro não suportaria os esforços da atenção continuada. No entanto, se deixarmos, até pelo costume, o modo “rápido” prevalece, pois também é função do cérebro economizar energia. Por isso, um dos bons feitos do modo “devagar” é despertar o modo “rápido”, tirando-o do seu automatismo.

No que tange aos relacionamentos, principalmente nos negócios, existe uma ferramenta de ajuda de alta eficácia: o Capital Relacional. Por meio do ICR (índice de capital relacional), é possível despertar o modo “rápido” de seu automatismo, enquanto o modo “devagar” é acionado, contando com a eficácia da atenção, que inclui a escuta cuidadosa e o olhar consciente.

A Reviravolta AIA, mais uma novidade do Capital Relacional, é aquela que inclui a atenção, o interesse e o amor nas relações de trabalho e negócios. Para isso, vai ser preciso virar o botão.

Coragem, você consegue!

Se inscrever
Notificar de
guest
1 Comentário
Mais velho
O mais novo Mais votado
Inline Feedbacks
View all comments
RICARDO STIEPCICH
RICARDO STIEPCICH
3 anos atrás

Piloto automático é um problema sério, veloz então piora um bocado, muitas vezes faz a gente chegar rápido aonde não deveríamos ter ido…

Quem leu esse artigo também leu esses:

  • A gestão relacional

    Os relacionamentos são os que mais nos causam sofrimento e alegria. Paradoxo? Se duvida, proponho...

  • Do ouro à platina nos negócios

    Todos conhecemos a Regra de Ouro: “não faça com os outros o que não gostaria...

  • Facilite para o cliente, por favor!

    Complicatus vem do verbo latino complicare, que significa “fazer muitas pregas”, ou seja, “tornar difícil”....


Vamos conversar?