Demissão silenciosa
Nova tendência, quiet quitting ou demissão silenciosa é o assunto do momento nas redes do mundo do trabalho corporativo.
Trata-se de entregar o básico, nada mais do que cumprir com as obrigações e a carga horária. Um baixo nível de engajamento e comprometimento, em que as energias psíquicas emocionais são canalizadas para outras esferas, não a do trabalho.
O comportamento não é novo, já foi denominado – com propriedade, aliás – de “fazer corpo-mole” e “greve-branca”. Agora, no entanto, ressurge de maneira mais acentuada por conta da tecnologia que permite o trabalho remoto e maior independência dos empregados.
Antes que se pense em mecanismos de controle ou de vigilância, é melhor tratar da causa do que remediar os sintomas. E a causa está na ausência de propósito.
A ausência de propósito é característica de todos aqueles que buscam o sustento em um emprego que não conversa com seus dons e talentos nem abre espaço para a criatividade. São dezenas de milhares de pessoas a gastar seus dias só em busca de recompensa financeira, quando muito.
A ausência de propósito é típica, também, dos empreendedores e empresários reféns da dimensão econômica e que, por isso, têm como únicos objetivos lucrar e crescer, fazendo com que os seus negócios sejam destituídos de significado.
Mas não pense que a ausência de propósito afete somente o mundo empresarial. Seus efeitos são mais amplos, porque tornam as vítimas presas fáceis da acídia, ou seja, da preocupação, do medo e do estresse. Demissão silenciosa para evitar o estresse pode levar a outra demissão silenciosa mais séria: a da própria vida.
Não existe desespero maior do que viver uma vida sem sentido. E o sentido da vida, assim como o seu significado, só acontece quando se descobre e vive um propósito. Sua ausência amplia o vazio existencial, tão pernicioso.
Um propósito bem definido proporciona transformações na vida. As oportunidades aparecem, porque a atenção se concentra no propósito e em tudo o que a ele se relaciona.
Presenteie-se com a leitura de O Velho e o Menino, em que discorro sobre a instigante descoberta do propósito. Um antídoto contra as demissões silenciosas, tanto do trabalho como da vida, trate de tomá-lo à vontade. Sem contraindicações, faz um grande bem. Experimente!
Propósito – “Nada deve ser mais urgente”