Líderes de empresas reconhecem a importância da confiança no ambiente de negócios. Mas sempre que converso com um deles a respeito, ao valorizar a confiança discorrem mais sobre o seu oposto: a desconfiança. O assunto costuma até resvalar para as alternativas do tema: o medo, o controle, o poder. Começamos falando de saúde e acabamos nos concentrando em doenças.
A origem dessa contradição está na miragem, já cristalizada em alguns, da velha economia: o ser humano é egoísta e ganancioso por natureza, portanto, nada confiável. Ao organizar o trabalho e administrar a empresa com base nessa crença, é claro que o medo, o controle e o poder se sobrepõem à confiança.
“Conquiste a minha confiança!” é uma das súplicas do colaborador que impacta o Capital Relacional. Como atendê-la, sendo refém da miragem?
Continuo apreciando a obra-prima do poeta amazonense Thiago de Mello, “Os Estatutos do Homem”. Eis o trecho que mais me toca:
Artigo IV
Fica decretado que o homem
não precisará nunca mais
duvidar do homem
Que o homem confiará no homem
como a palmeira confia no vento,
como o vento confia no ar,
como o ar confia no campo azul do céu.
Parágrafo único: o homem confiará no homem
como um menino confia em outro menino.
Dirão que poesia não cabe no árido mundo dos negócios. Pois discordo, acho que um dos problemas a assolar esse ambiente é justamente a ausência de poesia. Confiança é uma das palavras mais bonitas que conheço. Tanto pelo significado, como pelo som, que rima com outras palavras revestidas de beleza, tais como criança, bonança e esperança.
Confiança é o próprio antídoto contra as suas alternativas. Ajuda a espantar o medo do coração das pessoas, é o mais eficaz dos controles e, embora não seja poder, é por meio da confiança que se adquire o maior poder, qual seja, o de permitir que todos os envolvidos realizem, juntos, seus plenos potenciais.
Se quiser que a confiança seja moeda forte em sua empresa e negócio, invista no Capital Relacional. Confie, o resultado é certo!