“Conquiste a minha confiança”, eis uma das súplicas citadas no livro Capital Relacional. As relações atingem o auge quando conquistam o estágio da confiança. Mas até chegar lá, há um longo aprendizado.
Confiança é uma bela palavra, rima com outras duas tão belas quanto: criança e esperança. E, há, sim, uma correlação entre as três. A começar pela criança, que se inclina a confiar nas outras pessoas, a partir de suas experiências com os próprios pais.
Lembra quando você aprendeu a andar de bicicleta? Geralmente, nesses casos, o pai corre ao lado, com uma das mãos às costas, outra no selim, até que percebe a hora certa de largar. A criança ganha velocidade, a confiança no equilíbrio é a mesma que o pai tem por ela. Êxtase! Lá está a criança encantada com mais uma das suas conquistas, pedalando feliz da vida.
Depois dos pais, vêm os professores e os chefes. Se tiver a sorte de que ambos sejam bons educadores, a confiança continuará a ser desenvolvida e a vida vai se transformando numa fértil aventura.
Esse é o melhor dos mundos: pais, professores e chefes assumindo sua nobre função de educar, algo que para pais e professores, parece intrínseco ao papel, embora eles nem sempre o façam com o empenho devido. No caso de chefes, pode até causar estranhezas. Chefes que educam? Comumente se pensa que chefes são aqueles que admitem, demitem e, entre uma coisa e outra, cobram os resultados.
O verdadeiro líder – aproveito para redenominá-lo – é um educador ou não é líder.
Como aumentar o Capital Relacional na empresa? Faça com que os líderes assumam o papel de educadores. E permita que cada colaborador aprenda a partir das próprias súplicas para, então, fazer o mesmo com as súplicas dos clientes.
Esta é a esperança – e aí vem a terceira palavra – de que podemos, sim, criar empresas mais humanas, a partir da qualidade das relações entre colegas de trabalho, colaboradores e líderes, a equipe e os clientes.
A qualidade das relações resulta, indubitavelmente, em relações de confiança e essas, por sua vez, em confiança na vida.
Existe mundo melhor para se viver e pedalar livre e alegremente?