Como transformar o deserto em oásis

Como destino, nos resta a vida no piloto automático, na inconsciência. Seguimos mais desatentos do que presentes.  É quando a gente olha, mas não vê; ouve, mas não escuta; engole, mas não degusta. Inconsciência, seja na dimensão sensorial, como também na existencial, revela que somos alienados, não sabendo o que acontece, quem somos e para onde vamos. Se conduzidos pelo instinto, nossa existência não se diferencia tanto daquela de um inseto, que se repete todos os dias cumprindo a mesma programação. Daí, frisar que só nos resta mesmo a vida no piloto automático, restrita ao condicionamento físico e mental, na esfera das ações irrefletidas.

Se trocarmos destino por desígnio, a história muda completamente. Como desígnio, nos cabe uma vida governada pela consciência.

O que nos torna humanos é justamente a consciência, que nos faz alertas, presentes, capazes de raciocínio, conhecimento, percepção, decisão. Sabemos muito bem de nosso papel e assumimos a responsabilidade sobre nós mesmos e o que ocorre ao nosso redor. Propósito é a palavra-chave que distingue a mentalidade de destino da mentalidade de desígnio e que, ao mesmo tempo, conecta mundo interior com mundo exterior.

Podemos sair por aí a esmo, cumprindo a nossa programação e, inconsequentes, deixar que o instinto decida sobre nossas decisões e ações. Essa é a mentalidade do destino. A outra alternativa é, uma vez inspirados por um propósito, transformar a existência em experiência e fazer com que a intuição tome o lugar do instinto. Com certeza algo fascinante vai acontecer. Um novo mundo emerge. A aridez do deserto se transforma em oásis férteis.

Qual é a mágica? O mundo ao redor se altera porque se reveste de significado, gerando a impressão de o universo trabalha a nosso favor, ou melhor, a favor do nosso propósito. Para reconhecer o fenômeno da sincronicidade, basta considerar os inúmeros entrelaces e conexões do nosso mundo interior, representado pelo propósito, com o mundo exterior, representado pelas oportunidades.

O que a mentalidade de destino chama de coincidência, a mentalidade de desígnio reconhece como sincronicidade. Coincidências ocorrem ao acaso. Sincronicidades acontecem porque fizemos algo para gerá-las. Esse algo é o propósito. Em nossas vidas, são as conexões entre nós mesmos e o mundo que criam as histórias que vivemos. Sincronicidades, no entanto, só acontecem para os que estão acordados.

Por isso, a expansão e o cultivo da consciência são tão necessários para uma vida humana mais elevada. Representam, portanto, seu maior e mais elevado desafio. A ele, portanto!

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