Tem um provérbio italiano que diz assim: “quem atravessa os mares muda de firmamento, mas não de espírito”.
Genuína verdade! Muitos embarcam em uma viagem tentando livrar-se dos problemas e dificuldades e ei-los sentados na poltrona do lado.
Entretenimentos podem ajudar no desvio de atenção, mas até que você saia para fora e dê de cara com eles – os problemas e os obstáculos – à sua espera. De nada adianta fugir, pois tudo o que é seu você carrega consigo.
E aqui estão dois entendimentos que podem ajudar. Para o primeiro, uma lenda popular do Oriente. Um jovem encontrou um senhor idoso na estrada que levava a um povoado e perguntou a ele:
– Que tipo de gente vive neste lugar?
– Que tipo de gente vive no lugar de onde você vem? – respondeu o ancião com outra indagação.
– Pessoas egoístas e gananciosas – disse o rapaz. Por isso, não via a hora de sair de lá.
Ao que o velho comentou:
– Aqui não é diferente. O povo daqui é parecido com esse do seu lugar.
No mesmo dia, outro jovem aproximou-se daquele senhor com igual questão:
– Que tipo de gente vive nesse povoado?
Ao que o velho inquiriu, como antes:
– Que tipo de gente existe no lugar de onde você vem?
– Gente com quem podemos contar, pessoas muito boas e honestas – respondeu o jovem, triste por ter de deixá-las.
– Aqui não é diferente – falou o idoso –, o povo é muito gente boa, com quem você pode contar.
Um homem que havia escutado as duas conversas quis saber dele:
– Como pode dar duas respostas diferentes à mesma pergunta?
Ao que o sábio respondeu:
– Cada um traz consigo o que está no seu coração.
Portanto, de nada adianta fugir, levando consigo o mesmo olhar, fruto do que sente. Melhor seria buscar em si o problema a corrigir ou o obstáculo a vencer. E esse é o segundo entendimento: a maioria dos problemas e obstáculos você não resolve. Apenas ultrapassa.
Buon viaggio!