Assuma o compromisso fundamental

Disciplina! Aqui está uma palavra da maior importância, sobre a qual deveríamos refletir com mais frequência.

Tem gente que não a aprecia, pois entende ser praticamente sinônimo de obediência militar, à sombra de inflexíveis ordens de comando, regulamento, hierarquia. Mas eu me refiro a um outro, muito distinto, significado.

No livro “Rico de Verdade” defino disciplina como uma atitude de temperança ao adiar a satisfação ao mesmo tempo em que se assume o compromisso.

Entenda por temperança uma decisão tomada com serenidade e discernimento, ou seja, a partir da consciência.

Adiar a satisfação implica dizer não aos atalhos em troca do caminho certo, ainda que seja árduo, sacrificado e estreito. Os atalhos podem ser prazerosos e satisfatórios, no imediatismo, mas não resistem ao tempo nem conduzem a um destino melhor. Ao contrário, podem nos desviar do que deveríamos ter como norte.

Finalmente, a última parte da definição: assumir o compromisso! Com quem? Consigo, antes de tudo!

Disciplina, enfim, é ser discípulo de si, de sua própria consciência. Funciona assim: você assume um compromisso consigo, adquire um hábito novo ou larga mão de um arraigado. Um compromisso que, uma vez assumido, só será honrado se houver empenho consciente. Sem disciplina, nada feito, pois fazer mudanças reais em nossa vida não acontece apenas por conta da vontade. Depende de muito mais. Exatamente, de disciplina!

Suponha que você não honre o compromisso consigo por ausência de disciplina. Consciente ou inconscientemente haverá um sentimento de autotraição e perda de confiança em si. O efeito perverso disso é a baixa autoconfiança, que vai afetar outras áreas de sua vida. Oras! Se você não honra compromisso nem consigo, porque honraria com os outros? Está selada a fórmula do fracasso que afetará outros desafios.

Mas se existe o efeito perverso, existe também o efeito virtuoso. Se você assume e honra o compromisso consigo, sua autoconfiança aumenta. O resultado é que amplia sua firmeza de caráter, bem como a coragem e a ousadia para encarar outras provocações da vida.

Constate o que difere as pessoas bem-sucedidas das que “não dão sorte” e você encontrará, dentre outros fatores, a disciplina. É um pré-requisito invariavelmente presente nas características essenciais de que é, com toda razão, considerado afortunado.

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