Duas forças distintas constituem as lideranças, em uma empresa: a hierárquica e a visionária. No cotidiano, quem se destaca é a hierárquica, legitimada pela ocupação de um cargo e respectivas funções, pendurada em alguma daquelas janelinhas do organograma. É ela que está diuturnamente no comando e no controle da operação.
A visionária, por sua vez, não consta nos estatutos nem ocupa lugar no organograma. Líderes visionários, no entanto, influenciam mais o futuro do que seus pares hierárquicos.
Estes são postos em seus cargos e promovidos em suas funções por outros líderes, também hierárquicos e estatutários, enquanto os visionários são movidos por outros tipos de poderes: suas intuições, intenções e propósitos. É uma outra estirpe!
Líderes hierárquicos, quando bons, são dignos de respeito, mas os visionários exercem fascínio. Afinal, como conseguem ver o que ainda ninguém vê, e só enxergará bem depois, e como não se espantar – e mesmo encantar – por não ter tido a primazia na descoberta, quando parece tão evidente?
Líderes visionários possuem a capacidade de conectar o mundo de dentro (intuição) com o mundo de fora (informação). Fazem uso do pensamento sistêmico e de um amplo repertório de conhecimento, angariado via curiosidade natural, atenção e interesse para com tudo e todos. Por isso, são capazes de relacionar “nada” com “coisa alguma” e partir daí extrair uma ideia, uma revelação ou visão. Sabem substituir a expectativa por tempos melhores pela esperança na construção de um mundo melhor.
Não são apenas essas suas diferenças em relação aos líderes hierárquicos. Os visionários não têm receio de sentir-se deslocados – e esse é o principal traço que os distingue, pois os hierárquicos sempre estão devidamente enquadrados no sistema organizacional.
Os visionários fazem parte do time dos loucos, artistas, rebeldes e santos, todos românticos em suas respectivas e instigantes doidices. São eles que tocam os corações e alimentam as almas com seus empreendimentos, seja uma obra de arte, uma nova ordem, um milagre ou um negócio. Todos têm algo em comum: conduzem a humanidade por caminhos desconhecidos.
Resta-nos segui-los. Entusiasmada e comprometidamente!