Amplie seu campo de visão

Todos os nossos problemas ou fracassos decorrem do que a gente não consegue ver. Do que escapa ao nosso campo de visão, e, por isso, ignoramos. Agimos e reagimos diante do ponto de vista que adotamos, sempre bem restrito. Sim, porque, quando muito, nos oferece apenas uma visão parcial da realidade.

Ao aceitar essa verdade, nos cabe um desafio como profissionais e seres humanos: expandir o nosso campo de visão, o que implica alterar e alternar pontos de vista. Exige, também, pedir os óculos emprestados para tentar ver com os olhos dos outros e, assim, ampliar aquilo que entendemos por realidade.

Penso que difícil não é compreender tal desafio, mas sair de si para aceitar ou, no mínimo, experimentar, o olhar do outro. Requer a migração de um mundo egocentrado para outro, altercentrado. Alteridade é isso: natureza ou condição do que é outro, do que é distinto. Saber lidar com o contraste e com as diferenças. Fácil de falar, árduo de realizar.

A Regra de Ouro “não trate os outros como você não gostaria de ser tratado” é uma tentativa de abrir mão do egoísmo para dedicar atenção a ao próximo. Foi cunhada alguns séculos antes de Cristo e ainda é um desafio a todos nós. E, embora sejamos viciados em egoísmo, existe uma fiação no nosso cérebro voltada à empatia e à compaixão. Às vezes, destreinada e caótica, mas sempre disponível quando fazemos uso dos estímulos adequados.

Que tal fazer uma ligeira alteração na Regra de Ouro para torná-la proativa? Deixar de lado o “não”, para elaborar a proposta virtuosa: “trate os outros como você gostaria de ser tratado”. Assim, ao invés de não fazer, fazer! Algo concreto e todos os dias. Uma primeira experiência que levará à segunda: “trate os outros como eles gostariam de ser tratados”. Esta versão vai exigir um mergulho empático no mundo alheio.

A empatia é a melhor estratégia para ampliar o campo de visão adotando a perspectiva de outra pessoa. Precisa se transformar em um hábito, bem cultivado, pois é muito fácil resvalar para o egoísmo. Exige treino diário. Lembrei-me de Confúcio, quando lhe perguntavam sobre o aprendizado das virtudes: “diariamente, a cada hora” – respondia.

Assim seja! Na esperança de um olhar mais ampliado, que nos livre da ignorância e nos conduza ao êxito e a realizações.

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Sandro Antonio
Sandro Antonio
7 anos atrás

Justo!
Eu pensava que dizer “não” fosse uma força dos capacitados e fortes, e foi muito interessante usar a empatia para perceber que o uso do “não” é na verdade uma atitude de quem é limitado. Limitado ao ponto de deixar passar a oportunidade de participar de algo no mínimo, novo.
Justo, se em certas ocasiões o conhecimento ou a experiência é pouca e dizer sim pode se transformar em um problema, mas é para esses momentos que nos valemos dos próximos que nos proporcionam exatamente o que nos falta, enxergar o que não estamos vendo!
Tão gloriosa é a regra básica no sentido do grande valor dos relacionamentos, das trocas de experiências, das novidades, do novo!

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