Diálogos são difíceis, quando há polarizações. Diante de pontos de vista antagônicos, conversas são quase impossíveis. No entanto, cada vez mais precisamos de pessoas que se empenhem em dialogar, buscar o entendimento na vida e no trabalho, tanto para a boa saúde física, mental e emocional como para fazer da vida uma experiência engrandecedora.
Diálogos e conversas são os principais meios para promover relacionamentos de qualidade. E relacionamentos de qualidade são os principais meios para construir negócios humanos e prósperos. Fácil de compreender, em teoria, difícil de implementar, na prática. A menos que exista alguém de alto valor, na empresa: o gestor ou a gestora relacional.
Nem pense em procurar essa alternativa na extensa lista dos cargos de qualquer organização, pois não vai encontrá-la. Justamente porque não se encaixa nos quadros dos organogramas, pois nada tem a ver com uma posição hierárquica. A gestão relacional é uma função, não um cargo. Pode, portanto, ser exercida por várias pessoas na empresa, independentemente dos cargos que ocupam.
O gestor ou a gestora relacional é a pessoa para quem negócios são conversas, conversas são relacionamentos, relacionamentos são pessoas. Por isso resolve, para além das competências técnicas, desenvolver sua inteligência relacional. São três as disciplinas a saber.
A atenção é a primeira delas. Essa é uma cota que precisa ser destinada com inteligência. Se colocada excessivamente em determinado lugar, vai deixar outro desguarnecido. Quem desenvolve tal competência sabe investir a sua cota de atenção nas relações, quer sejam com os membros de sua equipe, quer seja com clientes ou fornecedores. A rotina e as atividades operacionais podem ser perigosas distratoras.
Da atenção segue o interesse, pois quando a atenção está direcionada para algo ou alguém, a curiosidade é acionada. O gestor ou a gestora relacional faz da própria curiosidade a mola propulsora para a sua evolução. Sabe também que interesse desperta interesse e, uma vez com certeza de que pessoas são interessantes, torna-se também interessante para as pessoas.
Ao investir atenção e interesse nos outros, considere esse um estágio de amor, a terceira disciplina.
Há quem ache difícil amar de maneira geral achando que o amor nem combina com o árido mundo dos negócios. São dois ledos enganos. Difícil é gostar, pois nem todas as pessoas são gostáveis. Amar é decisão e compromisso, portanto não depende do outro, mas de cada um de nós. Decisão e compromisso pelo outro, expressa por amor, não custa repetir (até porque inusitada), é a terceira disciplina incorporada pelo gestor relacional.
Ainda sobre o amor: se ele não cabe em seu negócio e no seu trabalho, pare para pensar se vale mesmo a pena manter-se em ambos. O amor é e sempre será a melhor resposta às várias demandas.
Abra vagas para gestores relacionais, esses que investem nos relacionamentos e fazem do ambiente de trabalho um habitat humano, onde a confiança é a grande recompensa.
Abra vagas para gestores relacionais, esses que são capazes de promover uma economia ao natural, representativa da nossa condição humana.
Urgente!
Concordo plenamente, seria a função ideal para mim. Pena que ainda não existe enquanto cargo. Abraço de Portugal e parabéns pelo Nobre Trabalho que tem vindo a fazer.