A palavra é proficiência!

Todo líder deseja que o trabalho seja feito. Esse é o primeiro desafio, mas, em si, não basta. Que seja feito com eficiência. E também não basta. Que seja feito com eficácia. Mas também não basta. Que seja feito com excelência. Daí surge um novo palavrão no vocabulário organizacional: proficiência. Uma mistura de eficiência e eficácia com excelência. Um trabalho no nível da maestria. O trabalho, portanto, tem várias dimensões e pode ser sempre melhor, o que é bom porque implica um desafio sem fim.

Foi com Drucker que, pela primeira vez, aprendi sobre eficiência e eficácia. Eficiência é fazer bem feito. Eficácia é fazer bem feito o que precisa ser feito. Gostei da definição. Afinal, de que vale fazer bem feito o que não precisa ser feito? Tem muita gente ocupada com uma porção de afazeres inúteis, os quais não somam um centavo sequer no resultado do mês.

Mais tarde, aprendi sobre excelência e aí já foi Tom Peters quem entrou em cena. A excelência não dependia de técnicas, tais como a eficiência e a eficácia. Não se tratava mais de se apoiar nos gráficos de Ishikawa ou na decantada “espinha-de-peixe” para resolver problemas, embora essas técnicas tenham sido muito bem aproveitadas pela escola da Qualidade. Excelência depende de um estado de espírito, uma disposição para a entrega, a vontade de servir, ou seja, virtudes que nenhuma técnica seria capaz de desenvolver. Gostei também e fez sentido para mim.

Proficiência surge na tentativa de juntar tudo isso: eficiência, eficácia e excelência, técnicas e virtudes, ferramentas e disciplinas.

Recentemente tenho observado com mais cuidado como o trabalho é feito. Examino atentamente o que é bem feito e o que exige retrabalho. O índice de retrabalho nas empresas é aviltante. Passa da conta. É um grande subtrativo do resultado. Melhor dizendo, é sem conta. E por que?

Existem os meios e existem as razões. Muitos sabem lidar com os meios, mas desconhecem as razões. Outros conhecem as técnicas, mas desconhecem o propósito. Ou seja: a maior parte das pessoas não sabe porque faz o que faz. Desconhece o propósito, a razão do trabalho, a quem ele se destina. O trabalho em grande parte das vezes é anônimo (não se sabe para quem) e anômico (isento de significado).

Nessas circunstâncias, prevalece o “vai assim mesmo”. Isso quer dizer que toda e qualquer técnica, por mais refinada que seja, é incapaz de dar sentido e significado ao que precisa ser feito.

Anote aí: proficiência é uma boa palavra para incluir no vocabulário do dia-a-dia. Transformada, é claro, em prática.

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