“Virtudes de currículo” versus “virtudes louváveis”. Gostei disso. Li a respeito no novo livro de Tom Peters “Humanismo Extremo”. Mas a citação não é dele. É de David Brooks, escritor e comentarista cultural norte-americano. Diz assim: “as virtudes de currículo são aquelas que você relaciona em seu histórico, as habilidades que leva para o mercado de trabalho e que contribuem para o sucesso externo. As virtudes louváveis são mais profundas. São as que as pessoas comentam no seu funeral, as que existem na essência do seu ser”.
A abordagem traz à tona uma discussão antiga e já tratada outras vezes: aparência versus essência. As virtudes de currículo são aquelas que dão respaldo à aparência. Denominá-las como “de currículo” é bem apropriado. São descritíveis e averiguáveis. Foram testadas, fazem parte da história, podem ser afirmadas.
As virtudes louváveis nem sempre podem ser apuradas e verificadas. Fazem parte mais do ser do que do estar. Curiosamente é o que representa a pessoa mais profundamente, embora não constem do currículo. Significam quem é a pessoa, mas são menos consideradas nos processos de contratação, por exemplo. Sem exagero, é preciso que haja um funeral para dar ciência da sua existência.
Poderíamos dizer que as pessoas são contratadas pela presença das virtudes de currículo e demitidas pela ausência das virtudes louváveis.
Na citação de Brooks, todas são virtudes. E ele está certo. Precisamos de ambas para transitar entre uma e outra. Vivemos entre a necessidade e a incerteza.
Que fique bem claro, então: os dois conjuntos de virtudes são importantes, mas as pessoas continuarão sendo contratadas mais pela aparência do que pela essência, ou seja, mais pelas “virtudes de currículo” do que pelas “virtudes louváveis”. Os equívocos e frustrações continuarão existindo. A menos que se acrescente uma terceira categoria: as “virtudes do devir”.
Devir é o vir-a-ser. Está além das “virtudes de currículo” e das “virtudes louváveis”, embora ambas podem ter sido impulsionadoras. O devir tem a ver com desejo. O desejo de ser realmente o que está, ainda, incubado como potência.
As “virtudes do devir” apostam na potencialidade humana. Partem do reconhecimento de que os seres humanos são promessas de evolução. Todos são dotados das melhores virtudes, mesmo que ainda não aparentes, e podem desenvolvê-las ao longo da existência. As “virtudes do devir” são libertadoras, especialmente em tempos de abalos na saúde mental a reprimir tanto as virtudes como as potencialidades.
É imprescindível assumir-se como liderança terapêutica para enxergar o devir em cada pessoa da equipe, ainda antes que ele se expresse e, então, criar as condições para que se realize.
Da essência para a aparência libertando tanto as virtudes como as potencialidades, eis a cura no exercício da liderança. Pratique e constate, com urgência!
Olha a liderança terapêutica já indicando novos caminhos! Oba!
Definitivamente precisamos preparar cada vez mais nossos Líderes para que sejam assertivos sob essa nova ótica.
Algumas pessoas demonstram cada vez mais carência e maturidade emocional.
Quando chegam para nós precisamos colocar em prática toda a experiência necessária para termos bons resultados, evitando assim alta demanda de rotatividade e absenteísmo.