Empresas são pessoas!
Concorda? Se não concorda com tal afirmação, talvez, para você, a empresa seja uma instituição jurídica, cadastrada na Junta Comercial e na Receita Federal, classificada em determinada categoria de atividade econômica, cujo objetivo é dar lucro e, na medida do possível, honrar as obrigações fiscais e legais.
Está tudo certo. É uma maneira de pensar. E não há nada de errado com ela. Trata-se apenas de uma visão reducionista do que seja e pode ser uma empresa. E se você acredita mesmo nisso, penso que o restante do texto não será de seu agrado. Mas se tal visão burocrática lhe causa um certo tédio, com a contínua perseguição ao lucro repetida sem variações todos os dias, então aceite meu convite para uma reflexão.
Se empresas são pessoas, então possuem também corpo, mente e alma. Têm informações, pensamentos e sentimentos. Podem fazer, pensar e sentir. Transitam entre o concreto e o abstrato, o material e o sutil.
Agora, vejamos: se as pessoas existissem principalmente para obter lucro, não haveria relacionamentos saudáveis entre elas, apenas jogo de interesses. E a vida seria uma infeliz solidão pautada pela desconfiança.
Do mesmo jeito, empresas que têm no lucro o objetivo principal, vivem a mesma desdita: a de não conseguir uma boa qualidade de relacionamento com colaboradores e clientes senão a do estrito jogo de interesses e da desconfiança como regra.
Mas, se empresas são pessoas, elas podem se relacionar com o seu mercado da mesma forma que os seres humanos, entre si. Pessoas admiradas e procuradas para iniciar e perpeturar relações são verdadeiras, generosas, empáticas. Possuem berço, como se costuma dizer, traduzindo boa educação. São éticas e espiritualizadas. Em outras palavras, têm um conjunto de valores que vai muito além da mera perseguição ao lucro.
Se uma empresa é semelhante a uma pessoa, então está aí a chance de ser cortejada, admirada, com a qual vale a pena se conectar e se relacionar, não apenas para meras transações comerciais, mas para tê-la ao lado o resto da vida.
Podemos levar as empresas a abrir mão da rudeza desnecessária nos negócios e substituir esse triste costume pela humanização necessária?
Claro que sim! É tudo o que temos de fazer. Com entusiasmo e satisfação. A vida, no mais amplo sentido, certamente agradece.