Os relacionamentos são os que mais nos causam sofrimento e alegria. Paradoxo? Se duvida, proponho que pense, agora mesmo, a respeito de suas dores e contentamentos passados e presentes. Na certa, você vai se deparar com relacionamentos mal e bem-sucedidos. Tanto na vida profissional como na pessoal.
Há quem, no trabalho, prefira se esconder atrás de uma tela de computador a enfrentar os estremecimentos das relações. As brechas acabam sendo preenchidas pela operação rotineira, evitando que a dor se apresente, mas a alegria também não encontrará espaço para se expressar.
Para o bem ou para o mal, as relações fazem parte tanto das negociatas como dos negócios. A ética nos indica que nos afastemos das primeiras, pois o sofrimento será certo a futuro, ainda que possa trazer alegria no curto prazo. Por outro lado, a alegria terá sempre o seu lugar nos negócios éticos e humanos e, por consequência, também prósperos.
É nesse contexto dos negócios éticos, humanos e prósperos que surge um personagem valoroso: o gestor ou a gestora relacional. Embora não conste nos organogramas clássicos, é quem sabe, por meio do fio das relações, tecer uma teia virtuosa.
É a quem cabe – por saber – tecer o fio da unicidade na equipe, tornando-a mais comprometida, enquanto o interliga com o fio da satisfação dos clientes, fazendo com que sejam naturalmente mais fiéis. É nesse fiar interminável que o gestor relacional constrói a confiança que, ao longo do tempo, será o ativo mais importante da empresa e do negócio.
São muitos os capitais de que uma empresa necessita para movimentar o seu negócio: físico, por parte de fornecedores; financeiro, por parte de investidores e financiadores; tecnológico, por parte de tecnólogos; intelectual, por parte de especialistas. Cabe a quem cuida desse tipo de gestão ingressar justamente com o capital relacional, o mais determinante de todos para o tornar o negócio bem-sucedido e perene.
O gestor relacional não é um cargo. Bobagem encaixá-lo em algum dos quadradinhos do organograma. É uma função compreendida e assumida pelos melhores profissionais. Eles assumem sua condição humana e praticam diariamente a atenção, o interesse e o amor pelas pessoas, nas múltiplas relações horizontais, verticais e diagonais. São, portanto, os humanizadores. No conjunto, sustentam a cultura de relacionamento capaz de tornar a empresa impermeável aos danos causados pelas turbulências externas.
Embora não esteja imune às decepções, frustrações e traições decorrentes das relações e causadoras do sofrimento, o gestor relacional tem a certeza da alegria recompensadora e não quer deixar de vivê-la intensamente. Mergulha, portanto, em sua prática virtuosa.
Que todas as empresas promovam e valorizem os gestores ou as gestoras relacionais. São as principais riquezas da nova economia. A cultivar e expandir!