“A curiosidade é mais importante que o conhecimento”

A frase do genial cientista Albert Einstein é também uma declaração de seu principal talento: a curiosidade. Tratei disso em outro texto, com o título “De buscas e fugas”. Neste, quero aprofundar a outra parte de sua instigante afirmação, a que diz respeito ao conhecimento.

Conhecimento é uma boa palavra, disso ninguém duvida. Quem não o deseja cada vez mais? Mas conhecimento é resultado, diferentemente da curiosidade, que é processo.  

Depois de uma caminhada, tendemos a nos sentar, ávidos por uma sensação de comodidade. É mais confortável descansar do que prosseguir. De tão bom, não tardamos a alterar as medidas: caminhar menos, descansar mais. Daí a inverter a ordem é algo que parece natural: descansar sempre, caminhar às vezes. É o que chamamos de sedentarismo.

É fácil compreender o aspecto físico, a partir da analogia da caminhada, mas existem outros tipos de sedentarismo: intelectual, emocional, espiritual. Quando consideramos o conhecimento como algo encerrado, nós nos desligamos da curiosidade, que é onde está a energia. A curiosidade é um valor quente, o conhecimento é um valor frio.

Na mesma temática, vou tomar outro caminho, ligado aos relacionamentos. O preconceito é um tipo de conhecimento. Julgamos e condenamos uma pessoa via preconceito ou conhecimento previamente cristalizado. Assim, nos desligamos da necessidade de ir mais fundo, acionando a curiosidade para nos colocar em movimento e continuar investigando.

A pressa de chegar ao conhecimento nos torna superficiais. Somos ligeiros para julgar, avaliar e condenar sem buscar outros elementos e com base em informações e opiniões evasivas de “alguém que ouviu falar”, mas não se deu ao trabalho de investigar profundamente.

O conhecimento, quando não devidamente embasado, nos impede de enxergar a realidade como ela é. Não passa de miragem. E considerado é uma atitude de altíssimo risco. Apostar em miragens é errar feio.

Acionar a curiosidade para saber mais é o caminho realmente promissor. Deve ser feito sem pressa de chegar ao final da caminhada, que, convenhamos, é infinita.

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