Inovação! Está aí uma palavra que é unanimidade. Nos discursos inflamados dos dirigentes de empresas, todos enaltecem a inovação como uma condição para a prosperidade.
Primeiramente é preciso compreender que a inovação não se restringe apenas à produção de ideias. É o resultado final de um processo que culmina em um novo produto ou serviço, uma nova forma de vender ou comprar, novos procedimentos industriais ou administrativos etc.
Se a sua empresa vive o lugar comum e se repete a cada dia, é muito provável que tenha uma baixa capacidade de inovação.
Criatividade é o nome do processo que culmina na inovação. As empresas necessitam da criatividade assim como necessitaram, nas últimas décadas, da produtividade.
Uma empresa consegue ser mais produtiva apoiada nos sistemas técnicos: tecnologia industrial, recursos e insumos alternativos, sistemas de informações e normatização. Criatividade, no entanto, é puro sistema humano. Depende fundamentalmente da imaginação e talento criativo das pessoas e que, de certa forma, se contrapõe à fórmula da produtividade.
Pense na criatividade como uma balança com dois pratos. Do lado direito, coloque tudo aquilo que represente bloqueios ou cerceios à imaginação; do lado esquerdo, coloque a curiosidade das pessoas. Faça isso tomando como base a empresa em que trabalha. Para que lado pende os pratos da balança?
Se os bloqueios vencem a curiosidade, então a capacidade inovadora da sua empresa está comprometida.
No outro lado da balança está a curiosidade, a semente da criatividade. Toda a vez que o prato dos bloqueios aumenta de peso, a curiosidade perde a sua força. Os bloqueios são, portanto, oponentes da curiosidade. As pessoas têm pouca vontade de saber e de aprender quando tudo o que se espera delas é que façam e sigam as normas. O exercício de pensar fica para as horas vagas ou para os projetos extra trabalho.
Por outro lado, a curiosidade está lá na empresa e sempre esteve. As pessoas são naturalmente curiosas. A vontade de aprender e o desejo de descobrir novos mundos é parte integrante da natureza humana. Começou quando criança nos infindos por quês e continua fervilhando dentro de cada um de nós.
Com a curiosidade aguçada é possível trilhar as outras etapas do processo de criatividade:
Informação
É preciso fazer do cérebro uma esponja e encharcá-lo com informações. O exercício de construção de cenários tem esse objetivo. Colher informações no macro ambiente (econômico, social, político, cultural, ecológico, tecnológico, legal etc) e também no ambiente empresarial (fornecedores, concorrentes, clientes, investidores etc).
Inspiração
A informação é útil para o processo de solução de problemas e tomada de decisão, mas não garante, por si só, a inovação. Esta precisa da inspiração. Mas, para que haja inspiração, é preciso um motivo, uma paixão.
Iluminação
A curiosidade venceu os bloqueios, o cérebro está abastecido de informações e o coração está inspirado por uma paixão: o espaço está aberto à imaginação. Outros ingredientes são acrescentados nessa hora: a atenção, a intuição, a perseverança e a fé.
Inovação
As ideias precisam ser concretizadas e isso exige ousadia e determinação. Todos nós conhecemos inúmeras pessoas cheias de ideias, mas incapazes de transformá-las em empreendimentos, negócios, produtos e serviços. Inovar requer coragem e a vitória sobre o maior de todos os bloqueios: o medo.
Esse é o processo da criatividade que resulta na inovação. Institua-o em sua empresa. E não esqueça de recheá-lo com bons pensamentos. Lembre-se que bons pensamentos e ações só podem produzir bons resultados. E muita inovação.