“Nós reagimos à nossa imagem do mundo e não ao mundo”. Está aí uma grande verdade. Agimos e reagimos conforme as imagens que construímos em nossas mentes.
Talvez o leitor não tenha se dado conta, mas dezenas de pessoas trabalham todos os dias no mesmo endereço e sob o mesmo teto com imagens diferentes do negócio em que estão inseridas. Faça você mesmo o teste. Pergunte aos gerentes e funcionários em qual negócio a empresa está e você ouvirá, entre o espanto e a indignação, respostas diferentes e algumas profundamente equivocadas. Conclusão: uma empresa típica é formada por uma legião de gente trabalhando arduamente para propósitos diferentes.
Aproveite e pergunte para alguns de seus clientes e ouvirá novas e estranhas respostas. Você ficará indignado em reconhecer que a empresa que tem na cabeça representada pelos produtos ou serviços que coloca no mercado é diferente da empresa que seus clientes têm na cabeça quando fazem negócios com você.
É claro que esse imenso desencontro entre o que as empresas ofertam e o que as pessoas demandam explicam grande parte dos insucessos empresariais: lançamentos desastrosos de novos produtos; baixa resposta por parte do mercado; recompensas financeiras aquém do esperado.
O fato é que existe muito desconhecimento nas organizações e essa danosa ignorância é decorrente da pouca conversação e aprendizado.
Pois bem! Certamente você não quer uma empresa ignorante e o antídoto contra a ignorância é o conhecimento. Abra um espaço na agenda atribulada e reúna a sua equipe para um bom bate-bola sobre algumas questões cruciais para que todos tenham uma boa compreensão do negócio da empresa. Lance algumas questões para discussão tais como:
no que somos bons?
o que sabemos fazer melhor?
o que nos torna únicos?
A busca dessas respostas ajudará a definir a competência essencial da empresa. É claro que essa competência essencial existe para servir para alguma coisa. A sua contrapartida é criar diferenciais competitivos para atuar no mercado. Esses diferenciais, no entanto, dependem das necessidades de um determinado conjunto de clientes. Novas questões devem ser colocadas em pauta:
qual é o conjunto de clientes que melhor sabemos atender?
com quem gostamos de fazer negócios?
para quem, de fato, existimos?
As respostas dessas questões remetem à definição do foco de atuação de sua empresa. É possível que as necessidades dos clientes estejam além das competências essenciais de uma empresa. Não há nada de errado com isso. Está lançado o desafio: ampliar as competências para resolver os problemas dos clientes.
Ao final, tente concluir com a sua equipe algumas definições importantes:
em que foco a nossa empresa deverá atuar?
quais serão os nossos diferenciais competitivos?
quais competências precisam ser mais bem aproveitadas?
quais competências precisam ser aprimoradas ou desenvolvidas?
Lembre-se que as pessoas não reagem ao mundo mas à imagem que fazem do mundo. Crie, junto a elas, uma imagem de boa qualidade da empresa, do negócio, do mercado, dos clientes e dos resultados pretendidos.
Invista tempo nessas discussões! Você não estará perdendo tempo, pelo contrário, você estará fomentando o conhecimento, criando desafios, arejando e aguçando as curiosidades. E não se limite à sua equipe de trabalho. Convide também o cliente para participar de algumas discussões. Afinal, ele é o personagem principal dessa história, não é mesmo?
Boas conversações e bons aprendizados!
A qualidade do diálogo, é elemento básico para uma construção em equipe. Não resta dúvida. E é impossível alcança-la sem administrar nossos egos e preconceitos. É aí que o bicho pega, não é?
É isso mesmo Ivo. Mas aí está o desafio.
Ótimo texto, como e a minha dúvida, como aplicar em um loja de varejo ? Após o horário ? A gerente ou a dona da empresa?
Claudio, conversar com a equipe faz parte do trabalho e é trabalho de primeira grandeza.
Faça isso no horário do expediente, se possível, ou em outro em comum acordo.
Deve participar o dono, quem gerencia a loja, quem atende, quem fica no caixa, quem embala, enfim, todos, na medida do possível.
Isso gera conhecimento e aumenta a massa crítica da sua equipe.
E a sua equipe é a fonte mais confiável dos resultados.
ótimo texto e muito verdadeiro pela experiência que tenho nos ambientes de trabalho. Contribuindo, quero pontuar que, no meu entendimento, a qualidade da relação que influencia na qualidade do diálogo está essencialmente ligada a intenção que norteia nossas atitudes e relações. “O Por Que ou para quem?” me parece ser o grande “X” da questão.