Empresas existem para dar sustentação aos negócios. Estes, para produzir riquezas. Mas nem sempre tal combinado acontece. Ao contrário, é comum ver a empresa sufocar o negócio e diminuir a capacidade que ele tem de gerar riquezas.
Vejo com muita frequência dois tipos de distorções e é importante ter cuidado de não resvalar em alguma delas.
No passado remoto, era a economia de escambo. Ainda não havia sido inventada a moeda, pelo menos da forma como existe hoje. Então, os produtores dirigiam-se ao mercado, que não passava de um local de encontro para a troca de mercadorias que eles mesmos produziam.
A busca por padrões que facilitassem os negócios levou à criação de medidas, moedas e, mais tarde, o papel moeda.
O dinheiro, nesse novo formato, foi uma grande evolução para os negócios, sem dúvida. Mas, se por um lado facilitou as trocas, por outro exigiu controle. Surgiu, então, a contabilidade, depois transformada em ciência. E daí, a administração de empresas. Há que planejar, dirigir, executar e avaliar os resultados com base nos padrões. Fazer negócios, antes tão natural e baseado em trocas, passou a ser científico.
Negócios existem para gerar riquezas, não é isso? Mas onde entra a norma, o cliente sai. Em suma: quando a empresa se sobrepõe ao negócio, a geração de riqueza fica comprometida.
Uma coisa está relacionada à outra. Quem pensa mais a empresa do que o negócio, pensa mais o produto do que o cliente. E passa a acreditar que o resultado está no produto. E os desafios são os de sempre: produzir mais barato, mais rápido, melhor.
Se a atenção está na busca pela sobrevivência, então não está na geração de riquezas. E a atenção é determinante das decisões e ações. São as ações que geram os resultados.
Então vejamos: os controles, as inspeções, as auditagens e a preocupação de prover e assegurar a sobrevivência dos proprietários não fazem parte dos interesses e expectativas da única fonte confiável de resultados: o cliente.
Por trás de uma empresa, o administrador. Gerencia com cautela e busca a segurança. Ações baseadas em cautela e segurança conduzem à sobrevivência.
Por trás de um negócio, um empreendedor. Movido pela coragem de assumir o risco. Ações que combinam risco e negócio produzem riquezas.
As mesmas perguntas existenciais que precisamos nos fazer de quando em quando valem também para os negócios: Quem é você? A que veio? Qual a riqueza que almeja? Qual é a verdadeira vocação?
Responder essas questões leva a corrigir as distorções e fazer com que a empresa e o negócio prossigam com retidão, rumo a um propósito comum gerador de uma riqueza superior. Encare o desafio! Corajosa e conscientemente.