Jubileu 2024 – 25 anos de Metanoia
Série de memórias construídas ao longo desses 25 anos de Metanoia, onde buscarei referências nos meus livros, que tão bem desenham esse percurso.
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O prenúncio dos 25 anos estava no primeiro livro, como uma profecia. “A Empresa de Corpo, Mente e Alma” foi parido com muita brevidade. As palavras jorravam da experiência de 14 anos de consultoria às empresas, principalmente pequenas e médias.
Cabem dois destaques: 1) o tipo de consultoria; 2) o porte das empresas.
Sobre o tipo de consultoria, vale realçar o pensamento linear e fragmentado predominante. “Consultoria de quê?” – perguntavam, invariavelmente, os contratantes dos nossos serviços. Sim, pois as habituais seguiam o modelo departamental proposto por Henri Fayol, um dos precursores da ciência da administração. Era financeira ou de marketing e vendas, ou de produção e processos industriais, ou, ainda, de recursos humanos, a exemplo dos departamentos que constituam uma empresa.
Embora a TCA Consultores fosse especializada em finanças, logo descobrimos que essa era apenas uma parte do todo e, sem a compreensão do todo, as contribuições eram de pouca valia.
Quanto ao porte das que atendíamos, a opção por pequenas e médias transformava a consultoria em um verdadeiro PhD em administração, pois seus efeitos poderiam ser averiguados e reparados, diferentemente do que ofereciam as consultorias às grandes organizações, cujos erros ou acertos se diluiam na própria máquina organizacional.
Os efeitos da fragmentação
Fayol formulou a sua teoria geral da administração no início dos anos 1900. Mais de um século se passou e as empresas continuam adotando o organograma clássico muito similar entre elas.
O primeiro livro surgiu questionando o modelo fragmentado de empresa com departamentos, assim como acontecia na escola tradicional em que as matérias não se conectavam. Os mesmos defeitos do aprendizado escolar se repetiam na empresa, ou seja, tornava-se difícil ver e compreender o todo, exatamente em que se encontra o significado.
Imagens fragmentadas impedem que se compreenda o mercado e suas demandas, o negócio e seus clientes, a empresa e seus resultados, o trabalho e (o) seu desempenho.
Visão sistêmica
A metáfora com um organismo vivo dotado de corpo, mente e alma dá vida à empresa, diferentemente da abordagem da era industrial em que as empresas se assemelham a máquinas. O entendimento de que a mente cuida do mercado e dos clientes e a alma cuida da equipe e suas motivações mostra que o corpo, onde os resultados são contabilizados, decorre das duas outras partes.
Gestão CMA
Do livro, apreende-se a metodologia da Gestão CMA, em que tanto a empresa como o trabalho se transformam em plenos quando a tríade corpo/mente/alma encontra-se em equilíbrio, sem que uma das partes seja intensificada desguarnecendo as demais.
Na época do lançamento, embora o conceito de mente fosse desconhecido, da maneira como tratado no livro, foi a alma que gerou furor e espanto. “Empresa com alma?” – estranhavam os chefes da era industrial.
Estavam plantados os alicerces do que viria a ser a gestão humanizada.
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